quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Criança sem terapia da fala há três meses

NÍDIA FERREIRA E ANA TAVARES Um menino da Escola Básica do 1.º Ciclo do Bom Sucesso, no Porto, está sem aulas de terapia da fala desde o início do ano lectivo. A mãe pede soluções à escola e à DREN, que diz que o caso, comparado com outros, não é prioritário. Uma criança de dez anos, portadora de uma síndroma genética com grave atraso do desenvolvimento psicomotor, frequentava desde 2006, na Escola Básica do 1.º Ciclo do Bom Sucesso, no Porto, aulas de terapia da fala e de ensino especial. A frequência do apoio individualizado de ensino e de terapia da fala tinha sido aconselhada quer pela psicóloga quer pelo pediatra que acompanham o menino. No relatório de avaliação médica de Setembro de 2007, pode ler-se que foi constatado, após o primeiro ano, "um franco progresso em várias vertentes do de-senvolvimento psicomotor e comportamental, o que favorece a integração social", sendo recomendado pelo pediatra no relatório de 2008 "um apoio acrescido de terapia da fala". A mãe, Manuela Moutinho, conta como sentiu melhorias na aprendizagem do filho. "Tinha dificuldades em articular as palavras. No ano passado aprendeu a ler e a escrever ", confirma. Contudo, no início do ano lectivo, a criança, que continuou a frequentar o ensino especial, não foi integrada nas aulas de terapia da fala. "O coordenador da Escola do Bom Sucesso diz que não pode fazer nada porque não tem mais terapeutas. Já ando desde o início deste ano lectivo entre a DREN e o agrupamento de escolas e não vejo solução para o meu filho", lamenta. "Já pedi para mudarem o horário para inscrevê-lo em aulas privadas, mas não me deram permissão. Também não quero mudar de escola porque aqui já se adaptou, já tem amigos", explicou. Contactada pelo JN, a coordenadora do Ensino Especial da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), Conceição Menino, afirma ter conhecimento do caso. "Temos duas unidades que dão apoio ao ensino especial e terapia da fala: a de apoio à multideficiência e a de autismo. O que se passa é que quando este aluno foi integrado na nossa Unidade de Apoio ao Autismo, naquela escola, havia disponibilidade de terapeutas e, por isso, foi possível incluí-lo a título excepcional", explicou a responsável. "Este ano tivemos nessa unidade, que abrange outras escolas, mais alunos a precisaram de mais horas semanais. Como o aluno não é autista, não possui multideficiência nem surdez, não foi possível incluí-lo, porque a terapeuta já tem todo o horário preenchido", acrescentou. Jornal de Notícias (2008-12-09) http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1055860 Se este caso, comparado com outros não é prioritário, a situação do ensino especial é grave pois a escola está longe de ser inclusiva. Teve direito a terapia da fala a título excepcional? Não é autista, não possui multideficiência nem surdez, por isso não tem direito a terapia da fala? Não me espanta mesmo nada que que esta senhora e outros responsáveis assim pensem. Na legislação mais recente sobre ensino especial, percebia-se bem o que se entendia por "escola inclusiva"... O que me espanta é que se assuma publicamente esta posição. As crianças e os jovens não têm direito a educação e formação integral, mesmo que tal implique diferenciação de práticas? Mas tenho que reconhecer que infelizmente, comparado com outros, este caso não é dos "piores". O que é mais grave aida, não se trata de um caso isolado, de uma falha pontual, mas de um desinvestimento na formação de crianças e jovens com necessidades eductivas especiais.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Hino à classe docente (João Vasconcelos)

HINO À CLASSE DOCENTE: «VAMOS À LUTA AMIGOS, VAMOS!» I Vamos à luta amigos, vamos, Não podemos ignorar! Ó Ministra aqui estamos Contra ti, vamos lutar! II Um novo Estatuto queremos, E uma nova avaliação! Este governo não tememos, Pois despreza a Educação! III Sempre avante, classe docente, Vós sabeis que temos razão! Somos uma força valente, E fazemos parte da Nação! IV Todos somos Professores, Neste imenso Portugal! Também somos Educadores, Não nos façam tanto mal! V Queremos ser avaliados, De forma justa e pedagógica! Estamos tão arreliados, Esta avaliação não tem lógica! VI Em Março fomos 100 mil, Não nos quiseram ouvir! Em Novembro 120 mil, Marchámos a cantar e a rir! VII Força, força, minha gente, Não podemos abrandar! Temos o poder duma torrente, E não queremos simplificar! VIII O Simplex é mistificação, Para os incautos enganar! Só nos querem ter à mão, Para assim nos tramar! IX Este governo não é de confiança, Para a Ministra basta olhar! Todos nós, temos esperança, Jamais podemos parar! X No dia 3 de Dezembro, Iremos ficar na História! Como no 8 de Novembro, A caminho da Vitória! XI Faremos greve a 100 por cento, Em todas as escolas do país! Em sentido, classe docente, Não nos vergam a cerviz! XII Avaliação – Suspender, É a palavra de ordem! Todos temos de defender, Para terminar a desordem! XIII Esta equipa ministerial, Já não tem condições! Vem com um ar doutoral, Pregar os seus sermões! XIV Julgam que nos vêm enganar, E provocar o nosso desânimo! Continuemos a lutar, E redobremos mas é de ânimo! XV Vamos à luta, amigos, vamos, Não podemos ignorar! Ó Ministra, aqui estamos, Contra ti, vamos lutar! João Vasconcelos Nota: passar este “Hino à Classe Docente” a todos os contactos e blogues.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Parabéns CERCIAV

Aveiro: CERCIAV assinala 33.º aniversário com casa nova Hoje, a CERCIAV - Cooperativa para a Educação e Reabilitação dos Cidadãos Inadaptados de Aveiro vive um dia de festa, com os mais de 300 utentes a celebrar o 33.º aniversário da instituição. Há 33 anos que existe em Aveiro uma estrutura inteiramente dedicada à educação e formação de cidadãos portadores de deficiência. Um longo caminho de lutas e vitórias, em nome da promoção destas pessoas. “Actualmente seguimos uma filosofia de actuação muito em prol da promoção do ser pessoa. Temos que olhar para os nossos formandos e trabalhadores ocupacionais com a dignidade que merecem, tal qual um cidadão, com os mesmos direitos e deveres”, comentou Fernando Vieira, há 12 anos à frente da direcção da CERCIAV - Cooperativa para a Educação e Reabilitação dos Cidadãos Inadaptados de Aveiro, embora esteja ligado à instituição desde o seu surgimento. Ao celebrar 25 anos de vida, esta instituição “sofreu” uma alteração profunda na forma de acompanhar os seus alunos, que passaram a frequentar a escola no regime normal. “Foram para a escola, como qualquer criança, para aprender, descobrir, fazer amizades, no fundo, crescerem como pessoas”, diz Fernando Vieira, defendendo que este “é o melhor caminho a seguir, se quisermos uma escola e uma sociedade inclusiva, onde a diferença se esbata”. Estas crianças e jovens frequentam a escola pública e contam com o apoio de técnicos da CERCIAV que se deslocam aos estabelecimentos de ensino para prestar apoio ao nível da psicologia, terapia da fala, serviço social e psicomotricidade. A propósito, Fernando Vieira recorda a Declaração de Salamanca, que demanda que todos os governos “atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais” Após os 15 anos de idade, os alunos que tiverem mais capacidades entram na formação profissional adaptada, no Centro de Reabilitação Profissional na Gafanha da Nazaré. Quanto às pessoas com deficiência mental profunda e multideficiência, integram o Centro de Actividades Ocupacionais (também na Gafanha da Nazaré), onde é promovida a autonomia básica. E é neste ponto que Fernando Valente destaca a “maior vitória conseguida ao longo dos 33 anos de vida da instituição: “a promoção da cidadania de pessoas com deficiência grave e profunda”. Foi junto desta população tão especial, que este responsável acredita que se deu um “passo de gigante”, criticando a tendência que há de se infantilizar estas pessoas. “Passámos a valorizar os seus sonhos e as suas potencialidades, por pequeninas que sejam, e o resultado está à vista: dos 98 trabalhadores ocupacionais que temos, 30 estão lá fora a fazer diferentes tarefas, integrados no meio normal de trabalho e a concretizar a sua verdadeira cidadania”. A propósito, deu um exemplo. “Um dia, uma utente disse que tinha um sonho: ser enfermeira. A reacção normal seria desvalorizar, até porque seria impossível de concretizar. Mas, perguntámos-lhe o que era, para ela, ser enfermeira, ao que respondeu: é ter uma bata branca, estar num sítio com doentes e ajudar. Há vários anos que está a ‘trabalhar’ no Centro de Saúde de Oliveira de Frades e sente-se uma verdadeira enfermeira”, relata. Quanto ao futuro, há dois sonhos por realizar. Uma Unidade Residencial, “até porque todos nós queremos, um dia, sair de casa e tornarmo-nos autónomos”, e um terceiro Centro de Actividades Ocupacionais. Um projecto que Fernando Vieira classifica de urgente, sob pena de “dentro de anos não termos capacidade de resposta para quem nos procura”. Novo Centro de Recursos para a Inclusão A festa que hoje junta utentes, técnicos e funcionários, vai ficar marcada pela entrega de medalhas a quem tem 30 anos de casa e um galardão àqueles que ali estão há 25. Uma forma de dar alguma solenidade ao momento, também de promover o espírito familiar que a direcção se esforça por fomentar. Na segunda-feira será inaugurada a nova sede da CERCIAV, em São Bernardo. Um espaço que substitui a antiga sede ao lado do Hospital de Aveiro e que vai funcionar também como Centro de Recursos para a Inclusão. Depois de vários anos de espera e de locais que não vingaram, a CERCI passa a dispor de um espaço aberto a todos os professores que procurem informação específica. Livros, ludoteca, computadores com programas educativos podem agora ser consultados neste Centro, que também pode vir a promover acções de formação. Sandra Simões (Diário de Aveiro 14 de Novembro 2008)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mais uma etapa...

Já há algum tempo que não actualizava o blog. Fiz uma "pausa" para evitar que o excesso de preocupações relacionadas com o ensino continuassem a reduzir, de forma tão significativa, a minha dedicação a outras coisas importantes. Mas é claro que me mantive informada... Embora me tenha custado, optei por não ir à manifestação do dia 8, pois tive de entregar a dissertação de mestrado ontem. Bem sei que podia ter organizado o trabalho de forma a poder dispensar um dia. Mas a verdade é que não consigo digerir todas estas mudanças e isso tem prejudicado imenso o meu trabalho, tal já tinha acontecido noutras fases difíceis (Fevereiro/Março). O motivo que me levou a inscrever-me no mestrado foi UNICAMENTE a possibilidade de encontrar alternativas profissionais ao ensino. Felizmente valeu bem a pena frequentar o mestrado, gostei do tema do meu trabalho e tive (tenho) dois orientadores muito bons. Não estou colocada porque considero um erro continuar a insistir em apostar (apenas) na carreira de professor (pena é que esta decisão tenha vindo depois de tanto investimento...). Foi uma decisão reflectida e assumida, mas não foi tomada de ânimo leve e ainda não é "pacífica" para mim, pois não me enganei quando decidi ser professora... Apesar de pensar seriamente em abandonar a profissão, com muita pena e até saudade, tenho conhecimento do que está a acontecer. Como a educação é algo muito importante, não pretendo de forma alguma "retirar-me" de cena. Curiosamente, a palavra "colega" tornou-se especial nos últimos tempos. Obrigada COLEGAS! Dia 15 lá estarei.

domingo, 19 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Manifestações graduais?

Discute-se no blog A Educação do Meu Umbigo, O Umbigo, como deve ser pensada a luta dos professores. http://educar.wordpress.com/2008/10/09/15-de-novembro/ Tudo a Lisboa no dia 15 de Setembro? Luta de forma mais gradual? Manifestações descentralizadas, esclarecimentos (informação do que realmente se passa) aos pais, divulgações através de diversos meios, concentração de esforços... Gosto da ideia! A desorientação e o desânimo são grandes, mas não podemos deitar tudo a perder. É preciso pensar no que deve ser feito, como o concretizar, ponderar primeiro os prós e os contra. Penso que uma manifestação geral neste momento traria poucos benefícios e poderia enfraquecer-nos (desânimo por uma eventual participação diminuta e sentimento de derrota) É preciso informar, divulgar, resistir, minar, levantar a cabeça e avançar com determinação e em conjunto. Enquanto nos preparamos para uma batalha mais forte, vamos desmascarando a falsidade do quadro que tem sido pintado pelo ME (e não só) em torno da Educação.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Uma história como tantas/poucas outras

Se considerar apenas a questão das dificuldades e dos sofrimentos, é uma história como muitas outras, mas a força, a coragem e a dedicação tornam-na singular. Não posso ignorar, não posso voltar costas... Posso optar por "abandonar" a profissão e escolher outro rumo profissional, já o fiz, mas não deixo de ser professora (mesmo que não dê aulas) e não posso fingir que não vi o que estava a acontecer. Os nossos alunos merecem muito mais e os professores podem e querem dar mais e melhor. Para a colega, um abraço solidário e um agradecimento por ser sinal de esperança! Paula Martins
 
Esta é uma das reportagens «Professores que sofrem» do PortugalDiário. Para ter acesso a esta e outras histórias: http://diario.iol.pt/sociedade/professores-reportagem-sofrimento-cancro-educacao/996191-4071.html Num ápice, o que dava prazer transforma-se numa espécie de fobia. Esta é a história de uma professora, investigadora, mestre em Ciências Musicais, com curso de Musicoterapia, especializada em Educação Especial que deixou de acreditar na escola, pelo menos naquela onde tentava leccionar. Desenvolveu uma enorme aversão, teve acompanhamento psiquiátrico e agora está afastada da actividade devido a um cancro. Margarida Azevedo adora(va) a sua profissão e sente-se «frustrada» por não poder exercê-la condignamente. «Um dia, simplesmente deixei de ir trabalhar. Fui falar com um psiquiatra, disse-lhe que me recusava a aparecer naquela escola sentia com fobia e o mais provável era abandonar o ensino. Porque, não estudei a vida toda, nem me dediquei a vida toda a estas coisas para chegar a este ponto». Sente-se o peso da decisão: «Passado um mês e meio tentei voltar, mas voltei para casa... Ao telefone, com o psiquiatra, um querido amigo, chorava, porque não conseguia lá estar». A medicação para a depressão foi a solução imediata, mas que não podia antever o que ainda estava para acontecer. «Em 2006/07, leccionava em nove turmas diferentes, cerca de duzentos alunos, para além de ser directora de turma e dar aulas de substituição. Nesse ano passei para a Educação Especial - já que precisavam de professor de apoio educativo e eu tinha experiência desde 1997 - mas ainda foi pior dada a incompetência e práticas na escola», conta. Um ano depois, leccionando Educação Musical a crianças do 5º e 6º ano, mantinha oito turmas, mais três com áreas de projecto, em 4 níveis diferentes. Depois de ter trabalhado vários anos em Educação Especial, não conseguiu destacamento por erro da aplicação informática da DREC («que infelizmente não detectei tendo acreditado que não poderia ser destacada já que o meu grupo é Ed. Musical») e acabou por ser colocada na Escola EB 2/3 de Vila Nova de Poiares. Para quem vivia em Coimbra, era uma tormenta percorrer aqueles quase 90km de curvas (ida e volta), para depois encontrar um pesadelo. «Sou forte e profissional, mas por causa da forma como me trataram, transformei-me numa pessoa frustrada. Com os alunos senti-me sempre bem, o resto é que não funcionava, pois havia muita gente sem competência», recordou, contando que chegou a ter de «tentar corrigir e evitar colaborar em erros gravíssimos». Em duas horas, tudo mudou Sem o enquadramento necessário na escola, a sentir-se recuperada Margarida candidatou-se a uma bolsa da Gulbenkian, a um projecto de investigação: dois meses para estudar e contribuir para a implementação da Educação Especial em Timor, com a colaboração do governo local. Às 16h do dia 16 de Maio, a vida parecia tomar novo rumo, pois a bolsa tinha sido aprovada. Projectos feitos, ideias de Doutoramento, hipóteses de realização na sua área profissional, «podendo efectivamente ajudar pessoas, crianças». Duas horas depois, porém, uma visita à sua médica para conhecer os resultados de uma biópsia, ditariam um outro destino: cancro na mama. Volvidos oitos dias já estava a fazer uma mastectomia e os objectivos passavam a ser a reconstituição total e, no limite, a sobrevivência. Não há certezas científicas, mas «o stress é apontado como uma das origens possíveis do cancro». Margarida tenta esquecer o passado enquanto vai recuperando. Pediu destacamento por doença para Coimbra, que não lhe foi concedido, e entretanto cumpre baixa médica. «No próximo ano, há concursos. Concorrerei para a Educação Especial», assegura. Hoje em dia tenta encontrar a força na luta dos outros, ajudando colegas, denunciando outros casos e deixando o alerta: «Não de deixem matar nem desgastar em limites preocupantes. O defeito não está em nós, mas no sistema». A chama mantém-se viva num dos blogues de educação mais activos a nível nacional, A Sinistra Ministra.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Falta de apoios a alunos NEE - dramático

O título é bem realista. Há muitas situações verdadeiramente dramáticas e vergonhosas de alunos com necessidades educativas especiais. Mais grave ainda se torna quando se trata de crianças ou jovens com deficiências mais acentuadas. Não posso imaginar como se sentem os pais... Mas também não posso calar! Não são casos isolados e não são desconhecidos das DRE, da DGRHE nem do Ministério da Educação. "Decretou-se" que a escola inclusiva consiste em "mandar" todos os alunos para a escola e já está... Esqueceram-se que eles têm direito à sua formação, adaptada, muitas vezes, mas real. Não temos o direito de nos demitir dessa obrigação, não podemos "despejá-los" na escola assegurando-nos apenas que alguém "tome conta" deles (e às vezes nem esta condição está assegurada). Dois relatos, corajosamente denunciados pelos familiares. Mas há tantos outros e tão graves! Em A Educação do Meu Umbigo, de Paulo Guinote: http://educar.wordpress.com/2008/10/02/a-situacao-das-nee-certamente-mais-um-caso-isolado/#comments No blog ProfAvaliação de Ramiro Marques: http://www.profblog.org/2008/10/criana-deficiente-passa-grande-parte-do.html Se lerem os comentários deixados nesses blogs, nos referidos posts, encontram muitos outros (casos isolados)

sábado, 13 de setembro de 2008

Pais de alunos surdos reclamam apoio

Os pais das crianças que frequentavam a Unidade de Apoio à Educação de Alunos Surdos de Santarém (UAEAS) lamentam a forma como este serviço foi encerrado e reclamam a manutenção da linguagem gestual na formação dos seus filhos. Sílvia Fonseca, representante dos pais dos alunos da UAEAS, que funcionava há quatro anos na escola básica de primeiro ciclo de S. Domingos, disse à agência Lusa que foi com surpresa que soube, em Julho, que as sete crianças que frequentavam a unidade teriam de passar para a escola de referência de Riachos (Torres Novas), o que obrigaria algumas das crianças a deslocações de 160 quilómetros por dia. Informados, na sequência de uma pergunta da deputada Luísa Mesquita à ministra da Educação, de que não era obrigatória a frequência das escolas de referência, os pais decidiram manter os filhos na escola de S. Domingos, mas Sílvia Fonseca não se conforma com o "apoio mínimo" de que vão dispor. A escola tem duas salas equipadas para o trabalho com as crianças surdas e, nos últimos quatro anos, contou com o apoio especializado de duas professoras de educação especial, uma formadora de língua gestual e uma terapeuta da fala. A partir de segunda-feira, as cinco crianças que ainda frequentam o primeiro ciclo (duas transitaram para o segundo ciclo) vão ficar distribuídas em diferentes turmas e contarão com uma professora de apoio que correrá as várias salas. (...) Sílvia Fonseca lamenta que tenha sido invocada, como justificação para o não funcionamento de uma escola de referência em Santarém, a resposta dada pelos pais a um questionário que lhes foi enviado num dia à noite para entregar na manhã seguinte em que lhes era perguntado qual a primeira língua que pretendiam para os filhos, língua portuguesa ou língua gestual. "Ninguém nos deu nenhuma informação sobre as implicações dessa opção, mas mesmo assim anexámos uma carta em que, apesar de indicarmos a língua portuguesa como primeira língua, sublinhávamos a importância da continuação da formação em linguagem gestual", disse. "Foi uma rasteira que nos pregaram", considerou. Contudo, disse, os pais mantêm a esperança de que não se perca o trabalho realizado nos últimos anos, que considerou fundamental para o sucesso escolar que estas crianças têm demonstrado. http://www.omirante.pt/index.asp?idEdicao=51&id=24230&idSeccao=479&Action=noticia

100 mil alunos sem apoio?

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, garantiu hoje que o seu ministério tem todos os alunos com necessidades especiais sinalizados, considerando "absurdo" um estudo da Universidade do Minho, recentemente divulgado. O professor catedrático da Universidade do Minho, Miranda Correia, disse que mais de 100 mil alunos com necessidades especiais estão sem qualquer apoio pedagógico, situação que em muitos casos se transforma em "graves problemas de insucesso escolar". Miranda Correia, que coordena a Área de Educação Especial da Universidade do Minho, chega aquele número baseando-se no facto de não existirem estudos efectivos do número de crianças com necessidades especiais e do Ministério da Educação apresentar uma estimativa "muito abaixo de qualquer estudo internacional". Para o Ministério da Educação as crianças com necessidades especiais "rondam os 1,8 por cento". "É um número totalmente abaixo de qualquer estudo internacional", sustenta Miranda Correia que defende situarem-se entre os 8 e os 12 por cento os alunos que têm dificuldades de aprendizagem específicas. Para o especialista, aquela diferença representa que mais de 100 mil alunos estão fora das contabilidades e apoios do Ministério da Educação. "Entre 100 a 150 mil alunos com necessidades educativas especiais estão sem apoio", defende o catedrático para quem "metade diz respeito a dificuldades de aprendizagem específica, como a dislexia". Maria de Lurdes Rodrigues considerou que o estudo "não tem nenhuma relação com a realidade". "O ministério tem todos os alunos sinalizados, todos os alunos contabilizados", assegurou. A ministra quantificou em 55 mil os alunos que estão sinalizados e que precisam de necessidades especiais, de apoio especializado ou de apoio educativo. "É um absurdo estar-se a falar em 100 mil, é um número atirado para o ar", frisou a titular da pasta da Educação. Para Maria de Lurdes Rodrigues, tudo o que se diga hoje "é pura precipitação", uma vez que as aulas apenas começam agora. "Aquilo que nós sabemos é o esforço que o Ministério da Educação fez para responder melhor às necessidades dos alunos e das famílias", afirmou.Maria de Lurdes Rodrigues salientou a aposta na formação de pessoal auxiliar, sustentando que "700 funcionários estão em formação para apoiar" as equipas de ensino especial. A responsável salientou ainda que o seu ministério fez um "esforço enorme" na sinalização das crianças, "para não confundir um aluno surdo com um aluno que tem dificuldades de aprendizagem", por exemplo. http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1342311&idCanal=58

Menos financiamentos para crianças e jovens NEE

As organizações que trabalham com crianças com necessidades educativas especiais criticaram hoje o financiamento atribuído pelo Ministério da Educação (ME), considerando que a "falta de verbas" pode pôr em causa os apoios prestados aos alunos. Com a reforma da educação especial, que prevê a integração de todas as crianças com deficiência no ensino regular até 2013, as escolas especializadas estão a transformar-se em centros de recursos, tendo apresentado este ano, pela primeira vez, projectos de apoio educativo que vão ser desenvolvidos em parceria com os estabelecimentos de ensino regulares. (...) "Tememos que [este financiamento] ponha em causa a qualidade do apoio prestado às crianças com necessidades educativas especiais", disse Rogério Cação, director da Federação Nacional das Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci). O responsável sublinhou que os projectos apresentados conjuntamente pelas organizações especializadas e pelos agrupamentos de escolas tiveram em conta o número de crianças com deficiência em cada estabelecimento de ensino e o tipo de ajuda de que cada uma necessita. "Ou o trabalho de levantamento das necessidades foi muito mal feito, o que não aconteceu, ou então há muitos apoios que terão de ficar para trás", advertiu Rogério Cação. Demarcando-se publicamente "das decisões tomadas pelo ME em matéria de apoios educativos", seis organizações que integram a comissão de acompanhamento, entre elas a Federação Portuguesa de Autismo e a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, pediram hoje à tutela uma reunião de urgência com o secretário de Estado da Educação. "O ME terá de assumir total responsabilidade pelos impactos que advierem deste financiamento", avisou o responsável da Fenacerci. A Lusa contactou o Ministério da Educação, não tendo obtido qualquer resposta até ao momento. Notícia completa: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1342043

"Atraso" propositado...

A Confederação para a Deficiência Mental (CODEM), estrutura composta por representantes da Federação Portuguesa de Autismo, HUMANITAS, UNICRISANO e FENACERCI, manifesta-se apreensiva com a falta de resposta do Ministério da Educação sobre os apoios educativos para o ano lectivo 2008/2009. As candidaturas para obtenção de apoios educativos foram organizadas no passado mês de Abril, num trabalho de parceria entre as organizações que apoiam crianças com deficiência e os agrupamentos de escolas, tendo sido assumido pelo Ministério da Educação uma tomada de decisão no final do mês de Junho, situação que não aconteceu. Os membros da CODEM alertam para os riscos inerentes a este atraso, que vão causar problemas no arranque do novo ano lectivo, num contexto em que não são conhecidos os cortes feitos pelo Ministério da Educação, relativamente às candidaturas apresentadas. (...) a Federação Portuguesa de Autismo, a HUMANITAS, a UNICRISANO e a FENACERCI decidiram fazer chegar um protesto formal e manifestar preocupação junto da ministra da Educação, do secretário de Estado da Educação e do Director-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular. Sobre a CODEMA CODEM – Confederação para a Deficiência Mental é uma organização de âmbito nacional, que pretende funcionar como interlocutor privilegiado da administração central em matérias que tenham a ver com as pessoas com deficiência mental e família. Os membros da CODEM pretendem alargar o mais possível o debate à opinião pública, como forma de promoção e facilitação da inserção social e profissional das pessoas com deficiência mental. Integram a CODEM a Federação Portuguesa de Autismo, a HUMANITAS (Federação Portuguesa para a Deficiência Mental), UNICRISANO (União dos Centros de Recuperação Infantil do Distrito de Santarém) E FENACERCI (Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social). Notícia completa: (http://www.causas.net/index.php?option=com_content&task=view&id=295&Itemid=64)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Novo Rumo

(Cabo Espichel - foto do meu namorado)

Porque criei este blog? Várias foram as razões... Expressar a minha opinião sobre um assunto que é tão importante para mim. Ter um papel activo no ensino, concretamente em acções de luta que foram sendo levadas a cabo. Sensibilizar e mobilizar outros colegas. No entanto, tudo o que foi referido poderia ter sido conseguido participando mais noutros espaços de grande qualidade já criados. A motivação decisiva foi a necessidade expressar (e expulsar) a revolta e aprender a gerir o desânimo que se foi instalando. Felizmente este objectivo foi conseguido satisfatoriamente! O blog passará a ter um novo rumo, provavelmente mais abrangente e mais pessoal. Quanto ao ensino, continuo atenta e a participar aqui e acolá, em espaços da internet muito úteis para os professores e para o ensino. Espaços que têm por trás a dedicação de grandes apaixonados pelo ensino.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Em boa hora DESISTI de ser professora :(

Na verdade foi já um pouco tarde. O gosto de ensinar, alguma ingenuidade da minha parte e a dificuldade em ver ou aceitar que pudessem querer destruir o ensino público fizeram tardar a decisão. Há quase um ano tive sérias dúvidas se pretendia continuar a lutar por exercer a profissão docente. Foi na altura em que comecei a ler a legislação mais recente sobre o ensino público (pré-escolar, básico e secundário). Tinha que estar informada, porque as possibilidades de conseguir uma colocação eram elevadas pois concorria em 1ª prioridade a Matemática e estava habilitada para o grupo de Informática. Li e não queria acreditar, era muito pior do que consegui imaginar ao ler o que escreviam os colegas de profissão na Internet. (Desconhecimento meu da legislação e, mais uma vez, ingenuidade) Eu tinha concluído a segunda licenciatura numa aposta para conseguir finalmente dar aulas no ensino básico/secundário. Como podia eu desistir? Tive receio de me arrepender, por isso concorri. Nas colocações não foram respeitadas as nossas opções de candidatura e nós só soubemos da mudança das regras no dia em que sairam os resultados... Foi tarde de mais para arrependimentos. Novas mudanças na legislação se sucederam, quase todas bastante negativas para os professores e, nalguns casos, também para os alunos. Rapidamente o arrependimento por ter concorrido fez-me repensar as minhas opções e desisti daquela colocação, rescindi o contrato (completo, anual e a 50 min de casa) tendo ficado apenas 2 meses. Foi tempo de me dedicar ao Mestrado, que foi correndo bem. Dei formação durante cerca de 4 meses. Voltei a dedicar-me ao Mestrado, mas houve algumas fases em que o deixei de lado, tal era a revolta em relação às maldades realizadas contra os professores e contra a qualidade do ensino. Só voltei a ter algum descanso e a conseguir dedicar-me a sério ao Mestrado quando decidi que o meu futuro não passava por ser professora, profissão pela qual tanto lutei. Voltei a dar aulas, desta vez de Matemática, tendo sido colocada a 9 de Maio. O contrato termina a 31 de Agosto. Agora sei que se não desistisse, não faltariam muitos anos que seria forçada a desistir, porque haverá cada vez menos lugares para contratados. A Prova de Ingresso seria apenas uma forma de falsear estatísticas. Em vez do Goveno ter que assumir que tinha lançado para o desemprego mais não sei quantos mil professores contratados, para além do que já estavam no desemprego, dizer que conseguiu afastar do ensino não sei quntos mil professores incompetentes, seria muito mais benéfico para a sua imagem. Ao contrário da facilidade impensável de muitos exames deste ano, nomeadamente a Matemática, a Prova de Ingresso seria o oposto. Estou muito desiludida, mas também mais leve por estar de saída.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

PARABÉNS MARIANA

(Imagens de bolos do blog sabor a cores http://saboracores.planetaclix.pt/)
25 de Junho de 2008 - 8 anitos
Muitos parabéns linda.

domingo, 22 de junho de 2008

A estatística da ministra da Educação

Entrevista com Ministra da Educação na SIC: http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId={3BD7E773-D1EC-498E-9F01-2753F930BC19} Nuno Crato não percebe tanto de estatística como a senhora ministra? Os especialistas, de reconhecido valor, são pessimistas de serviço? O rigor de um exame avalia-se por comparação com o que é exigido no programa e não com os resultados, isto é simplesmente viciar os resultados. Para a Ministra da educação, o que avalia o rigor de um exame é verificar se poucos alunos têm notas baixas e poucos têm notas altas, enquanto a maioria tem resultados médios. (É esta a interpretação da curva de Gauss) Quanto a mim, isto é fazer exames para conseguir os resultados que se pretende. Felizmente a estatística (a que Nuno Crato bem conhece) não funciona assim. Eu não preciso de esperar pelos resultados dos meus alunos no exame de Matemática do 9º ano para afirmar que o exame era demasiado fácil. Eu sei aquilo que é exigido no programa e o esforço que fazemos para que eles estudem um bocadinho e consigam adquirir as competências essenciais que se espera de um aluno de 9º ano. Este exame não avalia sequer as competências mais básicas do 3º ciclo. Para que fazemos nós tanto esforço de incentivo aos alunos para que estudem Matemática? Muitos estão convencidos de que é suficiente ouvir o professor e copiar os exercícios resolvidos do quadro. Na realidade, sem algum trabalho autónomo não há sucesso na Matemática. Agora, este exame veio dar-lhes a prova de que são uns craques na Matemática, sendo cada vez mais difícil ser minimamente exigente com estes alunos. Outra parte da entrevista (Provas de Aferição): http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId={AD0AA49E-CF8B-4DA5-A2C9-A9CE045F4FE1}

sábado, 21 de junho de 2008

O vergonhoso exame de Matemática do 9º ano

Podem consultar aqui o parecer da SPM (Sociedade Portuguesa da Matemática) sobre o exame: http://www.spm.pt/files/parecer9oano1achamada2008.pdf Aqui encontrarão uma análise feita por uma professora de Matemática: http://professoresramiromarques.blogspot.com/2008/06/comentrio-prova-de-matemtica-do-9-ano.html

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Exames do 9º ano? Têm a certeza?

O primeiro de muitos posts sobre o exame de Matemática do 9º ano no blog ProfAvaliação, deixou-me "curiosa" http://professoresramiromarques.blogspot.com/2008/06/exame-de-matemtica-do-9-ano-um-escndalo.html Quando finalmente tive acesso ao exame, percebi o porquê de tanta indignação. Podem consultar o exame em: http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=205&fileName=Mat23_P1_08.pdf Aqui fica uma breve análise sobre o referido exame (não pretende ser exaustiva)... De um total de 20 questões, apenas 5 testam conhecimentos específicos do 9º ano, a saber: 1, 4.2, 5, 9 e 10. Destas, apenas duas, 9 e 10, requerem a realização de cálculos e/ou a apresentação de justificação. Salienta-se o facto da fórmula resolvente ser dada (necessária para resolver a questão 9) Há 8 questões de escolha múltipla. Embora este tipo de questões não seja necessariamente fácil por não valorizar o raciocinio efectuado, no caso deste exame, são todas muito directas. Há ainda mais três questões que não carecem da apresentação de cálculos nem de justificação. Apenas as questões 3, 7.2 e 10 requerem justificação (simples). As questões 6.1, 7.3, 9, 10, 11.2 e 12.2 requerem a apresentação de cálculos. As que requerem mais "trabalho" são a 9 (já mencionada), a 11.2 (pode ser resolvida por alunos do 8º ano) e a 12.2 (pode ser resolvida por alunos do 7º ano). Alguns conteúdos não contemplados: sistemas de equações, inequações, proporcionalidade inversa, circunferência e polígonos. Uma possível divisão das questões por ano/ciclo de ensino: Questões do 1º ciclo: 3 Questões do 2º ciclo: 2, 4.1, 6.1 e 6.2. Questões do 7º ano: 11.1, 11.3 (embora fosse conveniente simplificar o enunciado e a figura, retirando os elementos que não são necessários), 12.1 e 12.2. Questões do 8º ano: 7.1, 7.2, 7.3, 8 (embora tenha um gráfico de proporcionalidade inversa, pode ser resolvido sem conhecimentos específicos desse conteúdo) e 11.2 (Teorema de Pitágoras)

Intervalo para aulas...

Sexta-feira, 9 de Maio publiquei aqui o post anterior. Nesse dia fui apresentar-me à escola ao final da tarde, mas não dei aulas.
Por coincidência, hoje que volto a escrever aqui, já não estou a dar aulas, foi ontem o último dia...
Talvez venha a escrever algo sobre como é possível gostar muito de ensinar e estar cada vez mais desiludida com o ensino... Mas não será hoje.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Falha técnica mantém alunos sem aulas

Última actualização: O problema foi, finalmente, resolvido. Obrigada pelo apoio! Sou professora contratada com habilitação profissional para o grupo 500 e própria para o grupo 550 (Matemática e Informática, respectivamente). Desde o dia 28 de Abril que deveria estar colocada no grupo 500, com horário completo, mas continuo desempregada e os alunos sem aulas. As turmas em questão são do 7º e do 9º, estando os alunos do 9º ano sujeitos à realização de exame de matemática. Não compreendo a demora na resolução deste problema. No início do ano estive colocada no grupo 550, tendo rescindido contrato no final de 2 meses. A rescisão com esta escola, Escola A, foi feita respeitando os prazos previstos, pelo que não fico sujeita a qualquer penalização. A confusão dever-se-á ao facto da Rescisão de Contrato não estar prevista na aplicação. A seguir explico as acções que levei a cabo na tentativa de solucionar o problema. O texto é longo, mas está longe de ser detalhado. Dia 24 de Abril Fui contactada por uma escola, a Escola B, por ser a segunda candidata da lista do concurso para um horário de contratação de escola e o primeiro candidato havia recusado o lugar. Manifestei interesse na aceitação do horário, mas a escola não tinha possibilidade de me seleccionar porque a aplicação emitia uma mensagem a informar que já me encontro colocada com 22 horas. Contactei a Escola A para saber se, por lapso, não tinha sido dada baixa do meu contrato. O caso era um pouco mais complexo, devido à já referida falha da aplicação. Não foi possível contactar a DREC ou a DGRHE nesse dia, por já estar fora do horário de atendimento. Dia 28 de Abril
Contactei a DREC e a DGRHE, muitas das vezes com pouco sucesso, por não me atenderem ou por não ser possível passar a ligação a quem pudesse esclarecer-me. Após contacto telefónico com a DGRHE, envie-lhes um fax e contactei de novo ambas as escolas envolvidas para dar conhecimento das informações que me haviam sido dadas por telefone. Dia 29 de Abril Dirigi-me à Escola B, na qual deveria estar colocada desde o dia anterior. Depois de ter contactado a DREC, houve um contacto telefónico entre esta a Escola A no sentido de esclarecer a situação, contacto esse que penso não ter sido o primeiro. Durante a tarde telefonei várias vezes para a DREC, mas não foi possível falar com a pessoa que estava a tratar do caso, por isso enviei um fax. Cerca das 18h, recebi um telefonema da DREC, o qual não atendi por estar a conduzir, mas foi deixada mensagem de voz a informar que o caso havia sido encaminhado para a DGRHE. Neste dia enviei um mail à DREN a expôr a situação e foi este o único contacto que estabeleci com a DREN, uma vez que a Escola A faz parte da DREC e o problema terá tido origem na rescisão de contrato. De qualquer modo, a DREN tinha conhecimento do caso através da Escola B por esta fazer parte da DREN. Dia 30 de Abril Durante a manhã obtive a confirmação de que o problema residia na aplicação, por não prever a rescisão de contrato. Até então, embora tivesse conhecimento dessa falha, não sabia se era isso que estava a causar a confusão, uma vez que a informação da rescisão terá chegado à DGRHE. Esta conclusão parece-me evidente, já que na aplicação Concursário, no “Tipo de Candidato” aparece “Outros” e não “Contratado”, como seria o caso se não tivesse rescindido o contrato (colocada desde 1 de Setembro num horário completo e anual). Por indicação da DGRHE, enviei-lhes um fax com a cópia da rescisão de contrato e uma carta a explicar a situação. Nessa carta, apresentei a minha disponibilidade para começar a leccionar de imediato, assinando o contrato apenas quando o problema estivesse resolvido. Assumi este risco porque sei que tenho direito ao lugar e acreditava que tudo se resolveria, dado tratar-se de uma falha da aplicação. Em resultado de inúmeros contactos, tanto eu como o presidente do Conselho Executivo ficámos confiantes que o problema seria resolvido no dia 2. Dia 2 de Maio Durante todo este tempo, penso ter sido este o dia em que me senti mais revoltada, desiludida e impotente para conseguir o que quer que fosse. Com a DGRHE não consegui contacto e na DREC, depois de várias tentativas de contacto, apenas recebi a informação de que não tinham novidades. Dia 5 de Maio Fui pessoalmente à DREC, tendo chegado pouco antes do meio-dia. Fui ao gabinete de atendimento e assim que conseguiram contactar uma das pessoas responsáveis, passaram-me o telefone. Essa pessoa já tinha falado comigo várias vezes ao telefone, mas não tinha novidades. Voltei à tarde, desta vez não fui ao gabinete de atendimento, porque estava a decorrer uma acção de formação, atendi o telefone na recepção. Falei com outra pessoa que tinha conhecimento do caso pela escola. Não havia novidades, mas garantiram-me que estava a ser feito tudo o que era possível para resolver o problema e que entrariam em contacto comigo e com a escola quando tivessem dados novos. Antes de sair apresentei reclamação no livro amarelo. Dia 6 de Maio Enviei outro fax para a DGRHE e pedi que me respondessem por mail e que enviassem informação para a escola. Mais uma vez não obtive qualquer resposta. Dia 7 de Maio Contactei a DGRHE, mas não consegui falar com ninguém que estivesse a par do assunto. Expliquei à telefonista, outra vez, o problema e a urgência de obter resposta (já lhe reconheço a voz e devo dizer que tem sido muito paciente comigo). Dado não ter sido possível encaminhar a chamada, enviou-me para o CAT (centro de atendimento telefónico), mas como já estou cansada de gastar muito dinheiro em telemóvel enquanto espero que alguém me atenda (já lá vai semana e meia), acabei por desistir. Consequências: Estou a perder o salário desde o dia 28 de Abril, o tempo de serviço, muito dinheiro em telemóvel, gasolina e faxes (só 2, porque os outros enviei a partir da escola), tempo e paciência. Os alunos estão sem aulas há demasiado tempo, o que é de lamentar, sobretudo por se estar a aproximar o final do ano lectivo sendo mais difícil recuperar. Dificuldades: 1) Devido ao elevado nº de intervenientes, eu, 2 escolas, a DGRHE e 2 DREs, torna-se difícil estabelecer contacto entre todos e obter informações concordantes. 2) Nunca obtive respostas por escrito da parte da DREC ou da DGRHE, o que dificultava a resolução conjunta do problema. 3) Muitas das vezes que se telefona para um organismo que tem conhecimento do caso, não se encontra ninguém que esteja a par do mesmo, começando-se quase do início. 4) Dadas as dificuldades apontadas anteriormente, seria importante que os organismos do Ministério da Educação estabelecessem mais contacto entre si e entre os outros intervenientes. Nota final: Referi essencialmente aquilo que tenho feito no sentido de encontrar uma solução, mas a Escola B tem estado empenhada em resolver o problema e a Escola A tem colaborado sempre que é necessário prestar esclarecimentos por telefone ou enviar informação por mail ou fax. Simplesmente não me sinto no direito de representar as escolas, nem disponho de informação detalhada sobre tudo o que têm feito. Paula Susana Pereira Martins (stora.paula@gmail.com)
Actualização (9 de Maio):
Se conhecerem outros casos idênticos ou souberem como este probleme pode ser resolvido, por favor deixem os vossos comentários. Sintam-se à vontade para copiar e divulgar o texto. Quando
a situação estiver resolvida coloco aqui a informação.
Obrigada, desde já, a quem puder ajudar.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Legislação?

Tenho lido várias opiniões sobre algumas aberrações legislativas, concretamente no que se refere à avaliação do desempenho docente. Temos um Decreto Lei (estatudo da carreira docente) e um Decreto Regulamentar (referente à avaliação) publicados em Diário da República. Mas este ano, faz-se de conta que tal legislação não existe, passa-se por cima dela e no ano seguinte aplica-se. Opinião sobre as aberrações de um despacho interno: http://educar.wordpress.com/2008/05/06/%e2%80%9cdespacho-interno%e2%80%9d-e-fichas-de-avaliacao-ilegais/ Escrito por Carlos Pereira, professor na Escola EB 2,3 de Real, em Braga

"Liberdade de expressão cai em Portugal"

Trata-se de uma notícia do DN de 1 de Maio, a qual não li. Ver outros títulos aqui: http://www.scribd.com/doc/2889762/5-5-vota-socrates Se eu pudesse dizer tudo o que me tem sido dito por alguns organismos, tenho a certeza que teriam alguns problemas. Mas infelizmente a minha palavra de pouco valerá, já que as (des)informações e as mentiras têm sido ditas por telefone. Por algum motivo evitam respostas por escrito! Resta-me a prova de algumas das minhas tentativas de resolver o problema que eles criaram mas que eu e outros temos que resolver. Alguns mails, outros tantos faxes, a minha presença aqui e acolá, uma reclamação num livro amarelo e o que vier a fazer a seguir. Como bem lhes disse, eu tenho que me defender. As responsabilidades diluem-se, passando os responsáveis pelos erros quase sempre impunes e é por isso que se dão ao luxo de se demitirem das suas responsabilidades (se é que alguém tem responsabilidades). Mas também sei que se o caso vier a dar problemas mais sérios, não poderão atirar as responsabilidades para quem as não tem, como têm tentado fazer porque há outros dois organismos envolvidos que têm como se defender. Vou até ao fim, porque não vou admitir que me prejudiquem assim tanto. Pena é que muitos outros estejam a ser prejudicados, embora de forma diferente. Eu sei que se desistisse, esses veriam o seu problema minimizado e é essa a única razão que por vezes me faz pensar em desistir. Não o farei, porque as injustiças que não são travadas, repetem-se. A "internet" tem-me dado uma ajuda muito grande nos últimos anos. Algumas decisões importantes têm passado pela discussão com pessoas e amigos que dedicam muito do seu tempo a informar, a ajudar e a remar contra a corrente quando é preciso. Um agradecimento especial ao ProfContratado, à Ana SF, à Brit Com, ao Ramiro Marques, ao Visiense, ao Paulo Guinote, ao Antero e a vários cartelistas. (Eles bem gostavam que desistissemos, mas cada um de nós poderá ser um grão de areia no sapato deles, outros serão mesmo uma pedra bem afiada)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Finlânia, Portugal ou como nunca aprendemos o essencial

"As estatísticas ajudam a perceber a realidade, mas não são a realidade. Por vezes até ajudam a distorcê-la em função de objectivos políticos de curto prazo" (José Manuel Fernandes) Ler aqui: http://educar.wordpress.com/2008/05/05/e-ja-agora-ler-weber-e-landes/

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Viva a burocracia!

Gostava tanto que houvesse menos burocracia e mais acção. Envia-se um papel para ali, depois tem que se telefonar para acolá, mas afinal "isso não é comigo", tente mais além... (Faz-me lembrar os Gato Fedorento "Ah e tal não!) Se certas entidades fossem responsabilizadas pelos erros que cometem, teriam o cuidado de os evitar ao máximo. Mas como os interessados em ver as coisas resolvidas é que têm que se mexer, está tudo bem para eles. Mesmo depois de reconhecerem o erro, são "os outros" que têm que gastar tempo, dinheiro e paciência. O melhor é estarmos atentos e preparados para defender os nossos direitos. É preciso paciência, informação e persistência.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Não tenho jeito nenhum para ser professora

Ensino Show
Para acabar com as imagens chocantes de alunos a serem torturados nas salas de aulas, está a surgir uma nova geração de professores artistas com métodos de ensino do século XXI em que as aulas passam a ser shows e os alunos turmas de fãs.
http://cavalheirosdoapocalipse.blogs.sapo.pt/22266.html

terça-feira, 22 de abril de 2008

A quarta maravilha

O Antero, do anterozóide, está particularmente inspirado.
Para além de vários cartoons fantásticos, têm um vídeo novo.

Despedida

Assim se despediu uma professora dos seus alunos na última aula. Não é uma despedida como as outras, embora comece a ser uma despedida frequente... Depois de toda uma vida de dedicação, desistiu de continuar a ser professora... Há tanto professor a pedir a reforma antecipada, mesmo perdendo imenso dinheiro com isso. Há tanto professor a desistir ainda no início da carreira (pré-carreira será mais correcto, por serem contratados). Outros a meio da carreira. Já me esquecia desta novidade, há professores não titulares a poucos anos da reforma que vão para as regiões autónomas exercer a profissão (porque lá não há titulares). Há muitos que só não desistem porque não há alternativa (uma licenciatura em ensino e dar aulas não fazem currículo para mais nada) Sobram os outros (muitos, felizmente) que ainda se aguentam, que se recusam a deixar degradar (ainda mais) o ensino. Honestamente, não sei ainda onde me enquadro, o futuro o dirá... Mas o melhor é ler, porque foi uma despedida bonita e profunda. http://terrear.blogspot.com/2008/04/meus-queridos-alunos.html

Farsa e injustiça

"Aos meus alunos, aos pais dos meus alunos, aos professores e a todos os concidadãos" (Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores) http://gestavea-caminhando.blogspot.com/2008/04/aos-meus-alunos-aos-pais-dos-meus.html As injustiças são mais do que muitas e nalguns casos gritantes. Cliquem no link e verifiquem como se valorizam os bons professores. Num comentário ao texto do link há um professor titular que diz haver na sua escola dois professores, do mesmo grupo, provavelmente melhores do que ele mas que não são titulares "porque dedicaram-se a outras tarefas que não foram premiadas" O Primeiro Ministro tem repetido várias vezes que não há pior avaliação do que não haver avaliação nenhuma. Por acaso isso irrita-me um bocado. E que tal uma avaliação aleatória dos meus alunos: tirava um papelinho à sorte de dentro de um saco, onde os havia numerados de 1 a 5 ou 1 a 20, consoante os casos. Não seria isto pior do que não avaliar? Quanto à famosa avaliação deste ano, aquela avaliação que eles dizem não existir, contempla muito mais do que os quatro parâmetros que serão objecto de avaliação durante este ano. Mas para eles, este ano far-se-á avaliação.

"Guerra da Matemática" em Lisboa

Retirado do educare: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=49E562C5741D1E4EE04400144F16FAAE&opsel=2&channelid=0 Esteve em Lisboa, a convite da Sociedade Portuguesa de Matemática, o Professor Hung-Hsi Wu da Universidade de Berkeley. Trata-se de um crítico da "Guerra da Matemática" (Math Wars), polémica despoletada em 1989, nos Estados Unidos, com a publicação de "Normas para o Currículo e Avaliação da Matemática Escolar" (Curriculum and Evaluation Standards for School Mathematics). Neste documento, membros do Conselho Nacional dos Professores de Matemática (NCTM, no acrónimo em inglês) defendiam um novo conceito de ensino. Pretendia-se remeter para segundo plano a memorização e as abordagens algorítmicas em prole do uso da calculadora, incentivando a compreensão, a "criatividade" e uma maior participação dos alunos na sala de aula. E assim se abriram as hostilidades entre os defensores desta nova corrente e os defensores de um ensino mais "tradicional", assente na apresentação estruturada, coerente e progressiva dos conceitos matemáticos e na aprendizagem dos algoritmos clássicos de cálculo, fruto de séculos de aperfeiçoamento. O conflito escalou ao ponto de o presidente George Bush intervir e criar, em 2006, um painel - o National Mathematics Advisory Panel - encarregue de estudar os diferentes aspectos desta contenda e apresentar soluções e recomendações. O Professor Wu foi convidado a integrar esta equipa. O relatório final deste painel, que veio a público já em 2008, apresenta várias conclusões interessantes. Por exemplo, defende que a mecanização e a compreensão são duas faces de uma mesma moeda e não devem ser vistas em oposição, como frequentemente acontece. Outra conclusão interessante é a de que o uso de calculadoras não é útil no ensino de Matemática, apesar de tal não estar demonstrado que o prejudique. Na realidade, o painel afirma que são necessários mais estudos sobre este assunto. O Professor Wu deu duas palestras durante a sua estadia: "Será que as elevadas taxas de insucesso em Matemática são uma fatalidade?", no Instituto Superior de Economia e Gestão, e "Como ensinar aos professores de Matemática a matemática de que precisam?", na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. A formação de professores é, aliás, uma das suas grandes preocupações. Wu defende que os professores devem receber uma formação científica mais sólida. Por muitas qualidades pedagógicas que se possua, não é possível ensinar aquilo que não se domina: é o conteúdo que deve condicionar a prática pedagógica e não o inverso. A este propósito, aconselhamos vivamente a leitura do excelente artigo "Fractions, decimals and rational numbers". Wu explica que grande parte dos alunos (e professores) vê o conjunto dos números racionais como fatias de uma pizza. Ora isto só seria útil para o ensino da Matemática se soubéssemos multiplicar e dividir fatias de pizza umas pelas outras. Por vezes, o uso de objectos da vida real para ilustrar conceitos matemáticos abstractos é abusivo e contraproducente: Wu propõe uma abordagem mais abstracta dos números racionais, matematicamente mais correcta e, por incrível que pareça, bem mais simples! Este e outros artigos de grande interesse estão disponíveis gratuitamente na sua página, em http://math.berkeley.edu/~wu/. Filipe Oliveira, SPM Gosto daquela parte das fatias de pizza. Acho que exemplos desse género são muito úteis no início da abordagem dos números fraccionários. Mas há o perigo de esquecer uma abordagem científica séria (com a profundidade possível de acordo com o ano de escolaridade, claro está). É curioso que, caso não se saiba abandonar os exemplos práticos e fazer uma abordagem mais aprofundada, aquilo que deveria motivar e simplificar, acaba por complicar. Concordo com a interdisciplinaridade, a utilização de exemplos reais na abordagem da matemática, a recuperação de questões interessantes da história da matemática, a realização de jogos, a referência a curiosidades da matemática... Por outro lado, discordo totalmente de tratar as crianças e jovens como uns meninos muito frágeis que podem ficar traumatizadinhos se lhes exigir que saibam a tabuada, ou o algoritmo da divisão. Há algumas coisas que não podem ser compreendidas por alunos tão novos, mas é necessário que as saibam. A adição pode ser ilustrada, partindo depois para a utilização do algoritmo, mas ilustrar o algoritmo da multiplicação ou da divisão no 1º ciclo não é razoável (eu compreendo-os mas não explicaria a esses alunos a base teórica). Isto não significa que só devam aprender a dividir quando tiverem capacidade para perceber o algoritmo, pois não? É importante motivar e procurar estratégias que ajudem a aprender matemática, mas não se pode com isso deixar de ensinar matemática.

domingo, 13 de abril de 2008

Solidariedade

Um pequeno gesto para expressar a minha solidariedade aos colegas Visiense e esposa. Não posso dimensionar a dor da perda de um filho. Força colegas. Se algo houver que eu possa fazer, não hesitem em pedir. Um abraço solidário.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma imagem vale por mil palavras...

O caso do telemóvel foi punido com a transferência de dois alunos para outra escola. Mas há casos muito mais graves que simplesmente não são punidos. Porquê? Algumas vezes são camuflados (por causa de estatísticas ou má imagem das escolas...), outras vezes (muitas) não chegam a ser denunciados (Medo? Vergonha? Resignação?) e outras ainda desresponsabilizam-se os alunos. "Ouvi" (na verdade li) muitos professores a perguntar: Qual é o espanto? Acreditam mesmo que isto é um caso isolado e que não há situações bem piores nas escolas? Neste caso, não foi possível usar desculpas fáceis (ainda se tentou...), porque as imagens (e o som) não deixam dúvidas. Dois alunos foram exemplarmente punidos e fica tudo bem! Devo acrescentar que a transferência de escola é o castigo máximo previsto no Novo Estatuto do Aluno (que não está ainda em vigor em muitas escolas). Curiosamente é um castigo que não poderá ser aplicado em todas as escolas, por mais graves que possam ser os acontecimentos. Tem que ser assegurada a possibilidade do(a) aluno(a) a transferir poder continuar os estudos, para isso é necessário, por exemplo, que haja transporte escolar assegurado. Eu não conheço muitas escolas, mas conheço várias onde tal não é possível, sobretudo para alunos que frequentem o secundário (10º ao 12º). Não quero com isto minimizar o que aconteceu naquela escola e naquela aula em particular. Apenas não me surpreendeu muito e acho que outras situações que não passam na televisão devem ser tratadas com a mesma seriedade.

domingo, 9 de março de 2008

The Day After Ou O Plano A-2.0

Criar alternativas às propostas (imposições?) do ME. O Fernando Cortes Real começou no Kosmografias o seu contributo para a construção de uma alternativa aos modelos actualmente propostos pelo ME: http://kosmografias.wordpress.com/2008/03/09/avalicao-do-desempenho-docente-um-modelo-alternativo-parte-i/ Ramiro Marques, dá continuidade à ideia: http://professoresramiromarques.blogspot.com/2008/03/bases-para-uma-avaliao-de-desempenho_09.html O título deste post é de Paulo Guinote, do blog "A Educação do Meu Umbigo: http://educar.wordpress.com/2008/03/09/the-day-after-ou-o-plano-a-20/ É importante divulgar esta informação e contribuir/discutir propostas.

Marcha da Indignação: 8 Março 2008

(Imagens do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa: http://www.spgl.pt/)
Não estou a dar aulas neste momento, por isso, inscrevi-me para ir à manifestação sem saber com quem iria, só conhecia o local de embarque (o mais importante era estar presente). Mas é sempre diferente estar com alguém conhecido e tinha combinado tentar encontrar-me com alguns amigos quando chegasse a Lisboa (não foi possível)
Dirigi-me para o local de partida sem saber qual seria o meu autocarro... Depois de procurar, acabei por ir no da escola onde estagiei e durante toda a manifestação acompanhei um grupo de professores dessa escola (não nos perdemos uns dos outros graças ao "GPS" da escola, um cartaz especial...). Senti orgulho daquela escola e senti-me muito bem no meio deles. Sobretudo, senti orgulho em ser professora.
Encontrei um professor dos meus tempos de aluna e uma colega que conheci na última escola onde trabalhei (este ano). Curiosamente já os tinha visto na manifestação de Aveiro, mas tê-os encontrado em Lisboa, naquele mar de gente, foi uma feliz coincidência.
Foi mesmo muito importante ter participado. Para mim será sempre um dia histórico.

sexta-feira, 7 de março de 2008

O Grito do Silêncio

Desfile em silêncio até à Baixa. Palavras de ordem a partir daí.
(http://educar.wordpress.com/)
Vamos calar para que depois nos oiçam.
Não seria possível para mim não ir, a menos que estivesse doente ou acontecesse algo que me impedisse de participar.
Ainda tenho que fazer um cartaz: "Não à prova de ingresso". Poderia levar muitos outros, tão ou mais importantes do que este. Mas temos que tentar representar os vários problemas e este afecta directamente (apenas) alguns contratados.
Outros problemas:
A avaliação de desempenho
Modelo de gestão das escolas (Autonomia? Onde?)
Combate FALSO ao insucesso e ao abandono escolar (eles dizem que não escolhem o facilitismo como caminho...)
Descriminação de muitos alunos com NEE, não prevendo medidas para a sua integração e desenvolvimento.

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Na coluna da esquerda tenho alguns link, até ao momento, são apenas os que indico a seguir. PROFAVALIAÇÃO (o tema central é o da avaliação de desempenho docente, com muito material de apoio) Professores Lusos: Sempre actualizado com as últimas novas do ensino. Para além das novidades que vão surgindo, mantém sempre um conjunto de link para legislação, informação sobre concursos, entre outros. O Cartel: blog com muitos "cartelistas" sempre atentos aos acontecimentos. O Cartel dos Prof Lusos: Fórum de discussão. Outros dois blogs que vale bem a pena consultar: RAMIROMARQUES. A Educação do Meu Umbigo. anterozoide: de Antero Valério, recheado de cartoons e alguns vídeos, com muita pinta. A Verdade Acima de Tudo: iniciado pela filha da professora Manuela Estanqueiro, conta agora com a colaboração de várias pessoas.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Revoltante!

Depoimento de um professor contratado que tem de ser avaliado, até Junho, em 2 escolas diferentes. Tem 27 anos, fez duas licenciaturas em ensino (matemática e informática), ambas com estágio (o 1º remunerado, o 2º nem por isso) e está a concluir a tese do Mestrado de Administração E Organização Escolar (todas as habilitações são do pré-bolonha...) Será avaliado em 2 escolas diferentes, sendo o ÚNICO LICENCIADO na área, de todos os professores que leccionam informática nessas escolas. Terá que fazer a prova de ingresso: "O que me mete medo são as tais TRÊS provas que o Ministério quer que eu realize! Que tipo de exame será? E a nível de Informática, será plausível fazer um exame e ser avaliado numa prova que englobará 17 disciplinas diferentes (que são as que eu posso leccionar a nível de Informática)!!!!??? E se eu conseguir ter nota superior ou igual a 14 em dois exames e inferior a isso na entrevista? Poderei processar a Universidade? Já agora processo também o Ministério visto que os cursos são aprovados e regulamentados pelo próprio Ministério, assim como os Estágios Pedagógicos que realizei." Ler a carta completa em: http://professoresramiromarques.blogspot.com/2008/03/depoismento-de-professor-contratado-que.html

Deixar cair ou não deixar cair...

quarta-feira, 5 de março de 2008

A revolta dos professores

05.03.2008, Santana Castilho (Público) Os docentes não suportam mais a indignidade com que têm sido tratados Há evidências incontestáveis: as manifestações dos professores um pouco por todo o país (Viseu, Guarda, Braga, Coimbra, Castelo Branco, Portalegre, Setúbal e Faro), que culminarão com a anunciada marcha de 8 de Março, expressam a revolta dos docentes, que não suportam mais a indignidade com que têm sido tratados. Sinistramente, primeiro-ministro, ministra da Educação e secretários de Estado começaram por incendiar a sociedade contra os professores. Entre outras, propalaram falsas ideias (que nesta coluna desmenti, com recurso a estatísticas da UE), segundo as quais os professores teriam fartos privilégios, ganhando mais que os colegas europeus e trabalhando menos que eles, apesar de serem (assim insinuaram) os responsáveis principais pelos elevados níveis de abandono e de insucesso escolar que caracterizam o sistema de ensino. Depois, seguiram-se as previsíveis medidas "moralizadoras" das quais recordamos três:1. O horário de trabalho dos professores foi drasticamente aumentado. A incontinência legislativa deste governo inundou as escolas de decretos, portarias, despachos e circulares, que tornaram a vida dos professores num inferno de cumprimentos burocráticos inúteis. As alterações das reduções de tempo de serviço em função da idade e da própria idade de reforma, como é sabido, tornaram mais penoso o exercício profissional em contextos de maior debilidade física. Escravizaram-se muitos professores, obrigando-os a permanecer nas escolas sem condições nem motivo (a farsa e a desumanidade de muitas "aulas de substituição") e vergaram-se muitos outros a exercícios profissionais próprios de auxiliares ou de amanuenses. Quem resista fisicamente e queira cumprir, pode ter que trabalhar hoje mais de 50 horas por semana. Como contrapartida, reduziram administrativamente os salários e aprestam-se agora a "depurar" o sistema, recambiando para o quadro dos disponíveis, com as desumanas consequências inerentes, os professores doentes, que consagraram vidas inteiras à Escola e ao ensino.2. A fractura da carreira única em duas, com a emergência dos professores titulares, foi servida por um processo escabroso. É impossível descrever ao cidadão comum o quadro de injustiças cometidas. A insanidade que queimou carreiras e dedicações de vidas à aleatoriedade dos últimos sete anos, provocou chagas incicatrizáveis no tecido social das escolas. É simplesmente insuportável que um estalar de dedos ministeriais ponha à frente dos melhores muitos dos menos preparados, dos menos formados, dos menos experientes, dos menos competentes.3. O modelo de avaliação do desempenho que se quer impor é insensato e irresponsável: como compreender que se seja penalizado por parir ou ficar viúvo? É tecnicamente medíocre: a formulação de descritores, por exemplo, entrou em roda-viva de apressados improvisos (vide o escabroso caso debatido na Assembleia da República), quando a validade de qualquer deles passaria obrigatoriamente por exercícios de pré-testagem, que não estão previstos. É leviano nos prazos que impõe: é factualmente impossível cumprir um digrama de execução daqueles em coincidência com o período de maior concentração de tarefas escolares. É fantasioso numa sujeição a emanações teóricas e científicas de órgãos que, previstos, nunca foram constituídos: onde está o decantado conselho científico? Está eivado de critérios ridiculamente subjectivos: como se mede a relação de um professor com a comunidade?Num debate televisivo recente, a ministra ripostou a uma interveniente que não interessavam as pessoas mas sim as políticas. Enganou-se. São as pessoas que definem as políticas. E quando na defesa dessas políticas permitem que se crie o ambiente que hoje se vive, transformando as suas relações com a sociedade que governam num caso continuado de tribunal, só sobra uma solução: a saída dessas pessoas. Professor do ensino superior

Conselho Científico da Avaliação dos Professores (CCAP)

Composição do CCAP: http://www.min-edu.pt/np3content/?newsId=314&fileName=ccap_despacho.pdf (Público:http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1321601&idCanal=58 ) Associação de Português e de Matemática de fora Conselho de avaliação com vozes críticas 04.03.2008 - 23h00 Isabel Leiria Electrotecnia, Biologia e Geologia, Inglês, História e Educação de Infância. São estas as cinco associações pedagógicas escolhidas pela presidente do Conselho Científico de Avaliação dos Professores (CCAP) para estarem representadas neste órgão consultivo, que tem a missão de implementar e monitorizar um processo que está em curso desde Janeiro.De fora ficaram duas das mais representativas dos vários grupos de docência. A de Português que, segundo o seu presidente, Paulo Feytor Pinto, não recebeu qualquer convite; e a de Matemática (APM), que sempre se manifestou contra o sistema de avaliação aprovado. “Foi proposta uma reunião conjunta com todas as associações e a presidente do CCAP mas não se realizou. Não foram as associações a manifestarem-se sobre quem devia lá estar”, critica Rita Bastos, presidente da APM. Dentro do conselho há também vozes críticas, como Ludgero Leote, representante da Associação Nacional de Professores de Electrotecnia e Electrónica, um grupo que conta com pouco mais de mil docentes. Leote foi um dos convidados do penúltimo programa da RTP 1 Prós e Contras e manifestou-se muito crítico em relação ao modelo de avaliação. “Mantenho tudo o que disse sobre o modo como o processo foi desenvolvido e pôs as escolas de pantanas”, diz. Professor há mais de 30 anos, acredita que poderá contribuir com a sua experiência. Mas sem certezas. “Quando o processo está enquinado é difícil fazer prognósticos.”

Manifestações

Lista das manifestações que se seguem: (a) 05/03: Lamego (17h) - Escola Secundária Latino Coelho; (b) 05/03: Vila Real (18h30m) - Escola Secundária de São Pedro; (c) 05/03: Barreiro (18h30m) - Estátua Alfredo da Silva; (d) 05/03: Mirandela (18h30m) - Câmara Municipal; (e) 06/03: Portimão (17h30m) - Câmara Municipal; (f) 06/03: Seixal (21h30m) - Fórum Seixal; (g) 06/03: Santarém (16h) - Rotunda do Cinema; (h) 06/03: Bragança (21h30m) - Eixo Atlântico. (retirado daqui: http://profslusos.blogspot.com/) A grande manifestação 08/03: Marcha da Indignação (14h30m) - Lisboa

Vale a pena ler...

CARTA ABERTA AO CIDADÃO COMUM, ALUNOS, PROFESSORES E PAIS: http://educar.wordpress.com/2008/03/05/contributos-carta-aberta-de-jose-castro-guimartaes/ Uma espécie de ASAE para a educação invadiu as escolas: http://kosmografias.wordpress.com/2008/03/05/uma-especie-de-asae-para-a-educacao-invadiu-as-escolas/ Avaliação chumba (Miguel Castro Coelho) http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/1096452.html Alguns procuram lançar pais contra professores: http://movimentoescolapublica.blogspot.com/2008/03/alguns-procuram-lanar-pais-contra.html

terça-feira, 4 de março de 2008

Obrigado Professores!

Directamente do Tuga: http://blogdotuga.blogspot.com/ "Não sou professor pelo que escrevo esta carta de forma livre e desprendida. Acompanho o problema do ensino e estas alterações desde o ano passado. Julgo que estas mudanças foram más e incompletas. Fizeram-se pelos motivos errados.No entanto não escrevo este artigo por esse motivo, o que me leva a escrever estas palavras é a parte pior deste processo todo: o lado humano. Ao longo deste ano li os mais diversos comentários, ouvi debates e assisti à tremenda injustiça que muitos fizeram.O que eu vi do lado de quem defendeu esta mudança (a contar com a ministra) foi um ataque ao sistema antigo e por conseguinte aos professores e às suas capacidades. Li, de uma forma triste devo adiantar, "esses" defensores da mudança a desqualificarem uma profissão (e as pessoas que a exercem) que é das mais dignas e uma das mais importantes para garantir um futuro mais risonho para Portugal.Pior que isso, esse ataque caiu sobre a franja de professores que têm uma carreira mais longa e por isso está em breve reformado(a). É a pior forma de acabar uma carreira entregue ao Ensino e à causa pública. Este é o verdadeiro motivo que escrevo a estes professores.Quero agradecer a todos eles por me permitirem ser quem sou hoje (não foram os únicos mas também contribuiram), por poder escrever estas linhas. Obrigado pelas horas incontáveis que despenderam a preparar as minhas aulas. Obrigado pela forma inventiva como muitas vezes deram as aulas e permitiram que eu aprendesse matérias interessantes. Obrigado por terem contribuido para o meu espiríto critico e para o meu futuro.Quero que saibam que eu estou muito orgulhoso do vosso trabalho, da verdadeira revolução que operaram nos anos 70 e principalmente nos anos 80, permitindo, com o vosso brio e capacidade de esforço, que o ensino chegasse a todos e não fosse apenas acessível a uma franja diminuta da sociedade.Ignorem quem quer branquear todo esse passado e todo esse trabalho. Julgo que não sou unico neste sentimento e espero que quando terminarem as vossas carreiras saibam que existem milhares de pessoas que como eu estão muito gratas pelo vosso trabalho.A todos os professoresMeu ENORME AGRADECIMENTO!!! [P.S. Caso também sintam o mesmo por favor copiem, criem um link, imprimam e façam chegar ao máximo número de pessoas e professores. Afinal eles bem mereceram estas palavras!]"

segunda-feira, 3 de março de 2008

PROVA DE INGRESSO (II)

Porquê esta prova? A necessidade da realização desta prova não vem pôr em causa a qualidade dos cursos via ensino do ensino superior, nomeadamene das Universidades Públicas e Escolas Superiores de Educação? É sabido que o Ministério da Educação não necessita de tantos professores como aqueles que têm habilitação para a docência (ou tinham, uma vez que essa habilitação passará a depender da dita prova). Também sabemos que é importante que os professores contratados encontrem alternativas profissionais, professores esses que tanto lutaram para serem professores, tendo muitos deles prestado serviço nas escolas públicas do nosso país (ainda que menos de 5 anos completos). Não havendo nenhuma justificação clara para a necessidade da realização desta prova e deixando o meu optimismo habitual de lado, interrogo-me se esta não será um meio de fechar uma porta "incentivando" a procura de alternativas. Se assim é, está muito errado! Vou admitir que a prova pretende apenas separar o trigo do joio! 1) As várias componentes da prova deveriam ter igual peso? 2) Porquê exigir nota mínima de 14 valores em todas as componentes? 3) É correcto impedir um professor, perdão, um cidadão com habilitação profissional para a docência, de concorrer durante um ano lectivo porque não lhe foi possível comparecer a uma das componentes da prova? Relembro que existe uma única chamada, não havendo lugar a justificação de faltas. 4) É urgente clarificar o conteúdo de cada componente, uma vez que a legislação é pouco clara e prevê a possibilidade desta informação ser conhecida apenas com 20 dias úteis de antecedência. 5) Uma prova, ainda que em 2 ou 3 componentes, será suficiente para avaliar se um indivíduo tem competência para o exercício da profissão docente de determinado grupo, ignorando quaisquer outros indicadores, nomeadamente a habilitação académica e a avaliação do desempenho docente de outros anos? 6) Haverá ou não uma 3ª componente? A haver, faz sentido impedir um "professor", de concorrer para leccionar por não ter, pelo menos, 14 valores numa prova "nos domínios das línguas, das ciências experimentais, das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) ou das expressões" (Artigo 5º, ponto 3 do DR 3/2008)? Notas: a) um professor pode não ter condições materiais na escola onde lecciona para usar TIC, mas pode ser eliminado por não as saber utilizar! b) Será fundamental o conhecimento de línguas (para além da língua portuguesa) ou das ciências experimentais para o exercício da docência, para todos os grupos? c) um professor contratado, avaliado de acordo com a nova legislação, ao qual seja atribuída classificação de Bom (ou superior) e que tenha 13 valores numa das componentes (ainda que tenha 18, ou mesmo 20 na(s) outra(s)) não pode leccionar. Veja-se a resposta dada no fórum perguntas e respostas da página da dgrhe (http://ecd.dgrhe.min-edu.pt/): por Agrupamento Ruy Belo CEI - Domingo, 10 Fevereiro 2008, 15:28: Um docente contratado que faz a prova de ingresso e tem menos de 14 e na avaliação do desempenho tem Bom. Como fazer? por r dgrhe - Quinta, 14 Fevereiro 2008, 17:57: Na prova de avaliação de conhecimentos e competências, a classificação inferior a 14 valores numa componente da prova é eliminatória, pelo que o candidato não estará em condições para o exercício da docência. Logo a avaliação do desempenho docente não se lhe aplica, pois não será professor.

PROVA DE INGRESSO (I)

O Decreto Regulamentar n.º 3/2008 "estabelece o regime de avaliação de conhecimentos e competências, abreviadamente designada por prova" http://dre.pt/pdf1sdip/2008/01/01400/0061900622.PDF A prova destina-se a todos os professores, corrijo, a todos os cidadãos detentores de uma habilitação profissional para a docência que queiram candidatar-se ao exercício de funções docentes. Ficam dispensados da realização da prova os docentes (estes já são docentes) que tenham celebrado contrato em dois dos últimos 4 anos anteriores aos anos lectivos 2007-2008 e que possuam pelo menos 5 anos completos de tempo de serviço e avaliação de desempenho igual ou superior a Bom (afinal, tem havido avaliação de desempenho!). A prova terá 2 ou 3 componentes, sendo uma comum a todos os candidatos e outra específica para cada grupo. A terceira componente, a existir, pode ser oral ou prática, nos domínios das línguas, das ciências experimentais, das Tecnologias de Informação e Comunicação ou das expressões. A componente comum é escrita e avalia o domínio da língua portuguesa, a capacidade de raciocínio lógico e, eventualmente, a capacidade de reflexão sobre a organização e o funcionamento da sala de aula, da escola e do sistema educativo. A avaliação dos conhecimentos científicos e tecnológicos respeitantes à respectiva área de docência, concretiza-se na componente específica da prova, sendo esta escrita. A classificação das provas é feita na escala de 0 a 20, sendo condição necessária para obter aprovação, ter, no mínimo, 14 valores em cada uma das componentes no mesmo ano lectivo. A nota final será a média aritmética das 2 ou 3 componentes. Existe apenas uma chamada para cada componente. A data de realização da prova será publicitada com uma antecedência mínima de 20 dias úteis. Até à data da publicitação da prova, é divulgado um Guia da mesma que contém: a) Forma, prazos e encargos de inscrição; b) Distribuição de candidatos por locais de realização das provas; c) Programas e bibliografia de leitura recomendada; (etc. Consultar Artigo 14º)

domingo, 2 de março de 2008

ADD (II): avaliação pelo coordenador

Questão: Quem avalia professores de grupos de recrutamento integrados em departamentos cujo coordenador não é da mesma área científica? Resposta: A avaliação efectuada pelo coordenador de departamento pondera o desenvolvimento e a qualidade científico-pedagógica do docente e não a vertente científica em sentido mais estrito, pelo que qualquer professor titular, mesmo que de área diferente, tem competências para proceder à avaliação. De notar que esta é uma resposta dada pelo ministério da educação e que se pode encontrar em: http://www.dgrhe.min-edu.pt/DOCENTES/FAQ/FAQ.htm Como pode ser credível uma avaliação destas? Relembro que o coordenador de departamento, ou outro professor titular, caso haja delegação de competências, é o ÚNICO responsável pela avaliação CIENTÍFICA e pedagógica dos docentes que avalia. Alguns exemplos: 1) um professor de Português e Inglês pode avaliar professores de Francês, Latim, Grego e Espanhol; 2) Um professor de Matemática pode avaliar professores de Matemática e Ciências, Biologia e Geologia, Física e Química, Construção Civil, Mecanotecnia, Electrotecnia, Informática e Ciências Agro-Pecuárias; 3) Um professor de Geografia pode avaliar professores de Educação Moral e Religiosa Católica, História, Filosofia, Economia e Contabilidade e Secretariado; 4) Um professor de Educação Física pode avaliar professores de Educação Visual e Tecnológica, Educação Musical, Artes Visuais, Educação Especial I, II e III; 5) Nos 4 exemplos anteriores, em lugar de "o professor x pode avaliar professores y", também será válido "o professor x pode ser avaliado pelos professores y". Para além desta questão, existem muitas outras, nomeadamente a subjectividade (será alvo de outro post), o dispêndio elevado de tempo e recursos. O professor coordenador terá que assistir, a 3 aulas em cada ano lectivo, excepcionalmente neste (meio) ano lectivo são apenas duas, de cada professor por ele avaliado. Para além disso e para cada professor, terá que analisar e discutir a proposta de avaliação individual, a preparação de aulas, as estratégias utilizadas, a avaliação realizada...

Avaliação do Desempenho Docente- ADD (I)

Alguns aspectos da avaliação do desempenho docente, constantes no Decreto Regulamentar n.º 2/2008. (http://www.dgrhe.min-edu.pt/DOCENTES/Regulamentacao.htm) O docente a ser avaliado apresenta, no início do período de avaliação, uma proposta na qual traça os objectivos individuais. Tais objectivos são formulados tendo por referência vários itens (ver Artigo 9º) São avaliadores: o presidente do conselho executivo e o coordenador do departamento curricular (ou outros, no caso daqueles delegarem competências, de acordo com despacho próprio) Artigo 4º 1- A avaliação do desempenho concretiza-se nas seguintes dimensões: a) Vertente profissional e ética; b) Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem; c) Participação na escola e na relação com a comunidade escolar; d) Desenvolvimento e formação profissional ao longo da vida. Fases do processo de avaliação (Artigo 15º): a) Preenchimento da ficha de auto-avaliação; b) Preenchimento das fichas de avaliação pelos avaliadores ; c) Conferência e validação das propostas de avaliação com menção qualitativa Excelente, Muito Bom ou Insuficiente, pela comissão de coordenação da avaliação: d) Realização da entrevista individual dos avaliadores com o respectivo avaliado; e) Realização da reunião conjunta dos avaliadores para atribuição da avaliação final.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Manifestação em Aveiro

TVNET Aveiro: 3 mil professores manifestaram-se "Nós, professores, queremos ser avaliados mas pretendemos que seja uma avaliação justa, transparente e exequível", declarou António Morais, o professor da EBI de Eixo que dinamizou o "luto" pelas condições na Educação que, há uma semana, trouxe à principal avenida da cidade a voz do descontentamento. Na visão de António Morais, "a ministra reforma tanto que a Educação está em cacos e o que há de pé é graças à dedicação e empenho dos professores e estão a prejudicar gravemente os alunos porque o clima de perturbação crescente torna o acto pedagógico impraticável". http://www.tvnet.pt/noticias/detalhes.php?id=21565

Encontrei nesta manifestação vários professores da escola onde estagiei, uma colega da escola onde estive durante dois meses este ano (as únicas escolas do básico e secundário onde dei aulas), vários colegas dos tempos de estudante...

Descobri que até conhecia de vista o professor António Morais. A meio do discurso e a propósito dos elogios que o Primeiro Ministro dirigiu aos professores, ele disse: "Não sei se trouxe algum aluno para a escola (para as novas oportunidades...), mas pelo menos tenho o mérito de ter posto uma escola de luto." Acho que tem muito mais do que esse mérito. Pela determinação de professores como este é que tem sido possível mobilizar tantos professores para lutar por aquilo em que acreditam.

Mensagens de alguns cartazes:

"Não aceitamos ser o alvo a abater"

"Levanta-te, ainda não é tarde"