sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Manifestação em Aveiro

TVNET Aveiro: 3 mil professores manifestaram-se "Nós, professores, queremos ser avaliados mas pretendemos que seja uma avaliação justa, transparente e exequível", declarou António Morais, o professor da EBI de Eixo que dinamizou o "luto" pelas condições na Educação que, há uma semana, trouxe à principal avenida da cidade a voz do descontentamento. Na visão de António Morais, "a ministra reforma tanto que a Educação está em cacos e o que há de pé é graças à dedicação e empenho dos professores e estão a prejudicar gravemente os alunos porque o clima de perturbação crescente torna o acto pedagógico impraticável". http://www.tvnet.pt/noticias/detalhes.php?id=21565

Encontrei nesta manifestação vários professores da escola onde estagiei, uma colega da escola onde estive durante dois meses este ano (as únicas escolas do básico e secundário onde dei aulas), vários colegas dos tempos de estudante...

Descobri que até conhecia de vista o professor António Morais. A meio do discurso e a propósito dos elogios que o Primeiro Ministro dirigiu aos professores, ele disse: "Não sei se trouxe algum aluno para a escola (para as novas oportunidades...), mas pelo menos tenho o mérito de ter posto uma escola de luto." Acho que tem muito mais do que esse mérito. Pela determinação de professores como este é que tem sido possível mobilizar tantos professores para lutar por aquilo em que acreditam.

Mensagens de alguns cartazes:

"Não aceitamos ser o alvo a abater"

"Levanta-te, ainda não é tarde"

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

"Combate" ao insucesso

(Cedido pelo colega Antero: http://antero.wordpress.com/)

Alguns erros cometidos por este ME têm a ver com o seu desconhecimento relativamente ao funcionamento das escolas, mas são apenas alguns... A ânsia de obter resultados de "sucesso" (que passou a ser equivalente a passar de ano ou não ficar retido), de reduzir o abandono escolar (manter os alunos a "andar" na escola) de poder dizer que todos os alunos com NEE frequentam a escola pública (sem se preocupar em assegurar-lhes as condições a que têm direito), entre outras, é tal que os direitos dos alunos passaram para segundo plano. Não me convencem que eles acreditam mesmo que FACILITAR a passagem dos alunos é bom para a formação deles e não se trata apenas da formação relacionada com a aquisição de conhecimentos, mas também da construção de valores. Claro que o ME pode sempre dizer que se há facilitismo, são os professores os responsáveis. Mas no caso destes o fazerem para cumprir a LEGISLAÇÃO em vigor, já não podem ser responsabilizados, apenas lamentar, sentirem-se frustrados e revoltados. É isto que me custa mais aceitar: são capazes de passar por cima da qualidade do ensino, esquecendo os direitos dos alunos, por razões políticas.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

DESISTIR...

Tenho ouvido (e dito) tantas vezes esta palavra.
Mais uma pessoa que acaba de me dizer que vai rescindir contrato e desistir.
O motivo? Não pode arruinar a vida familiar por causa de eternos sacrifícios por uma carreira que (já) não vale a pena. Esta colega, contratada há vários anos, tem 2 filhos bébés!
Força e muita sorte neste recomeçar, depois de tanto investimento e sacrifício.
Eu não sei ainda se vou desistir. Mas independentemente disso, neste momento tenho que lutar para que não destruam ainda mais o ensino.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Acções de Rua dos Professores da Região Centro

Acções de Rua dos Professores da Região Centro: Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu CONTRA A ARROGÂNCIA, A IRRESPONSABILIDADE E A INCOMPETÊNCIA Porque (assim) não se pode ser Professor! “CORDÃO HUMANO”: Coimbra - 26 de Fevereiro (3.ª feira), 21H00 – Praça da República (Deslocação para a DREC)Viseu - 27 de Fevereiro (4.ª feira),17H00 – Audt.º Mirita Casimiro (Deslocação para o Governo Civil) VIGÍLIA DOS PROFESSORES PELA EDUCAÇÃO: Castelo Branco - 27 de Fevereiro (4.ª feira),21H00 – Governo Civil Guarda – 27 de Fevereiro (4.ª feira),18H00 – Governo Civil “ENCONTRO” DE PROFESSORES: Leiria – 3 de Março (2.ª feira), 17H00 – Praça Rodrigues Lobo(c/ a presença de Mário Nogueira, Secretário-Geral da FENPROF e Coordenador da Comissão Negociadora Sindical) PROTESTO DE LUTO E EM LUTA PELA EDUCAÇÃO: Aveiro – 28 de Fevereiro (5.ª feira), 21H00 – Centro Comercial Oita(Desfile Avª Lourenço Peixinho - Prª Joaquim Melo Freitas) “O protesto da unidade dos professores para mudar a Educação”, PORQUE ASSIM NÃO SE PODE SER PROFESSOR! • Horários sobrecarregados muito acima das 35 horas legalmente consagradas • Uma avaliação do desempenho assente em objectivos economicistas e que nega o direito a uma profissão dignificada e respeitada • Um modelo de gestão que visa o controlo remoto das escolas pelo ME e nega o direito à autonomia das escolas e agrupamentos • Um exame de ingresso na profissão que mais não visa do que manipular estatísticas do desemprego de licenciados, o qual é uma vergonha para o Estado português… e tantas, tantas medidas que destroem, desvalorizam e sobrecarregam a profissão docente… Porque este país merece muito mais e melhor. Porque os Professores não suportam mais tanta inflexibilidade e arrogância! A Direcção Organizado pelo Sindicato dos Professores da Região Centro http://www.sprc.pt/default.aspx?id_pagina=236

Lá que era giro era...

Gentilmente cedido aqui:

http://antero.wordpress.com/

(De onde este veio, há muitos mais. Vale a pena ir ver!)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

MANIFESTAÇÃO

Dada a urgência de agir e a falta de tempo que tenho neste momento, vou inverter a ordem das coisas e colocar o apelo à mobilização dos professores antes de apresentar de forma mais detalhada as minhas razões. De qualquer modo, sei que os professores as conhecem bem, provavelmente melhor do que eu, dado não me encontrar neste momento a leccionar.

Estarei lá porque sou (candidata a) professora e estou em completo desacordo com: - uma falsa avaliação dos professores; - a forma enganosa de alterar as estatísticas do "sucesso"; - a redução do abandono escolar com base em certificações duvidosas; - a postura perante a definição de estratégias e apoios aos alunos com necessidades educativas especiais. E há muito mais...

Descontentamento? É muito mais do que isso!

Público http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1320599&idCanal=58 Actualização - Porto, Leiria e Caldas da Rainha receberam iniciativas Mais de dois mil professores em protestos organizados por sms e email 23.02.2008 - 20h11 Clara Viana, :, Natália Faria, Alexandra Barata Mais de dois mil professores concentraram-se hoje no Porto, Leiria e Caldas da Rainha, em protestos convocados por sms, correio electrónico e blogs, numa iniciativa à margem das estruturas sindicais destinada a contestar a actual política educativa do Governo. (...) Quatrocentos manifestantes nas CaldasCerca de 400 professores do ensino básico e secundário, oriundos na sua maioria das regiões Norte e Centro, reuniram-se durante a manhã num protesto idêntico na escola secundário Raul Proença, nas Caldas da Rainha.Na reunião, convocada por meio de emails e de blogues, foi decidido avançar com a constituição de uma associação, que terá entre as suas prioridades a “contestação judicial” de medidas previstas no modelo de avaliação dos professores, nomeadamente as disposições que penalizam, em termos de progressão de carreiras, os professores que faltaram por motivos de doença, adiantou ao Público Mário Machaqueira, professor de Filosofia e um dos organizadores da reunião. (...) Em Leiria, seriam cerca de 800 os professores que esta tarde responderam à convocatória e que, à semelhança do que aconteceu na cidade vizinha, decidiram avançar para a criação de um movimento cívico.Face às informações de que haveria escolas a prepararem grelhas para avaliar os professores em relação à política educativa do Governo, o Movimento em Defesa da Escola Pública (MDEP) comprometeu-se a denunciar estes casos ao procurador-geral da República, por violarem princípios constitucionais.“Não posso acreditar que alguém pretenda avaliar os professores a partir das suas convicções em relação à política educativa. Isto é aviltante para quem pensa”, afirmou José Vitorino Guerra, um dos elementos que constituiu o movimento cívico. Para tal, ficou acordado constituir um fundo de maneio para criar um departamento jurídico para dar apoio aos professores e para pedir pareceres sobre a constitucionalidade da legislação promulgada.

Escola inclusiva

Público 24.02.2008 Isabel Leiria Pais e associações temem que escolas regulares não consigam integrar todos A grande maioria das crianças com deficiências e outras incapacidades já estão no ensino regular. O Governo quer cada vez menos alunos em ambientes segregados (...) E é uma eventual falta de meios no ensino regular que também preocupa Carmen Duarte, membro da Fenacerci. Diz que a lei que reforma os apoios a dar aos alunos com necessidades educativas especiais só "peca por tardia" - "pela primeira vez o ME assume a sua responsabilidade pelo cumprimento do direito de todas as crianças à educação" - mas na hora de operacionalizar o diploma teme que faltem condições, como equipas multidisciplinares que, nas instituições, acompanham as crianças. "A integração não se faz apenas colocando as crianças no ensino regular", avisa. "Há uma enorme insegurança porque a lei saiu e não há informação sobre os meios", conclui.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Necessidades Educativas Especiais

O Decreto-Lei nº 3/2008 de 7 de Janeiro define os apoios especializados a prestar aos alunos com necessidades educativas especiais (NEE). http://www.min-edu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//dre.pt/pdf1s/2008/01/00400/0015400164.pdf Após consultar o referido decreto, se considerarem que é discriminatório, assinem a petição: http://www.petitiononline.com/luis2008/petition.html O artigo 4º faz referência a alguns casos específicos de NEE e prevê algumas medidas a adoptar. Artigo 4º 2- Para garantir as adequações de carácter organizativo e de funcionamento referidos no número anterior, são criadas por despacho minesterial: a) Escolas de referência para a educação bilingue de alunos surdos; b) Escolas de referência para alunos cegos e com baixa visão. 3 — Para apoiar a adequação do processo de ensino e de aprendizagem podem as escolas ou agrupamentos de escolas desenvolver respostas específicas diferenciadas para alunos com perturbações do espectro do autismo e com multideficiência, designadamente através da criação de:a) Unidades de ensino estruturado para a educação de alunos com perturbações do espectro do autismo;b) Unidades de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita. 4 — As respostas referidas nas alíneas a) e b) do número anterior são propostas por deliberação do conselho executivo, ouvido o conselho pedagógico, quando numa escola ou grupos de escolas limítrofes, o número de alunos o justificar e quando a natureza das respostas, dos equipamentosespecíficos e das especializações profissionais, justifiquem a sua concentração. Embora incompletas, estas medidas parecem constituir um passo positivo para a integração das crianças e jovens com as necessidades especificadas neste artigo nas escolas. Contudo, é importante que este processo seja gradual e estudado caso a caso. Embora desejável, não creio que sejam criadas em pouco tempo as condições, materiais e humanas, para que todos as crianças e jovens do país possam ser verdadeiramente integradas nas escolas. Enquanto essas condições não forem asseguradas, será preferível que possam continuar a beneficiar do apoio de escolas especiais e/ou instituições. Não posso deixar de ficar apreensiva com esta referência: “quando numa escola ou grupos de escolas limítrofes, o número de alunos o justificar”. O que são escolas limítrofes? Penso no interior do país e tenho algum receio que se considere razoável deslocar as crianças e jovens para escolas demasiado afastadas dos seus locais de residência ou, por outro lado, não beneficiem de quaisquer medidas de apoio. Há uma falha, quanto a mim, muito grave neste decreto e que constitu um retrocesso em relação ao que se tem verificado até agora em termos de legislação sobre este assunto. São esquecidos muitos dos alunos com NEE, como se pode verificar no ponto 1 do Artigo 1º. 1 — O presente decreto -lei define os apoios especializados a prestar na educação pré -escolar e nos ensinos básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo, visando a criação de condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social. Alterações funcionais e estruturais de carácter permanente? E as outras? Há muitos alunos com NEE (já tive vários) que não se enquadram nesta definição. Aliás, neste decreto só é feita referência aos casos descritos no artigo 4º. Não posso deixar de considerar que esta caracterização de NEE é altamente discriminatória.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O começo

Ensinar e Aprender!
O termo ensinar tem sido muitas vezes substituído por outros. Mas eu gosto de ensinar e por isso continuo a utilizá-lo.
(imagem da minha primeira escola, encontrada na net)