domingo, 19 de outubro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Manifestações graduais?
Discute-se no blog A Educação do Meu Umbigo, O Umbigo, como deve ser pensada a luta dos professores.
http://educar.wordpress.com/2008/10/09/15-de-novembro/
Tudo a Lisboa no dia 15 de Setembro?
Luta de forma mais gradual?
Manifestações descentralizadas, esclarecimentos (informação do que realmente se passa) aos pais, divulgações através de diversos meios, concentração de esforços...
Gosto da ideia!
A desorientação e o desânimo são grandes, mas não podemos deitar tudo a perder.
É preciso pensar no que deve ser feito, como o concretizar, ponderar primeiro os prós e os contra.
Penso que uma manifestação geral neste momento traria poucos benefícios e poderia enfraquecer-nos (desânimo por uma eventual participação diminuta e sentimento de derrota)
É preciso informar, divulgar, resistir, minar, levantar a cabeça e avançar com determinação e em conjunto.
Enquanto nos preparamos para uma batalha mais forte, vamos desmascarando a falsidade do quadro que tem sido pintado pelo ME (e não só) em torno da Educação.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Uma história como tantas/poucas outras
Se considerar apenas a questão das dificuldades e dos sofrimentos, é uma história como muitas outras, mas a força, a coragem e a dedicação tornam-na singular. Não posso ignorar, não posso voltar costas... Posso optar por "abandonar" a profissão e escolher outro rumo profissional, já o fiz, mas não deixo de ser professora (mesmo que não dê aulas) e não posso fingir que não vi o que estava a acontecer. Os nossos alunos merecem muito mais e os professores podem e querem dar mais e melhor. Para a colega, um abraço solidário e um agradecimento por ser sinal de esperança! Paula Martins
Esta é uma das reportagens «Professores que sofrem» do PortugalDiário. Para ter acesso a esta e outras histórias: http://diario.iol.pt/sociedade/professores-reportagem-sofrimento-cancro-educacao/996191-4071.html Num ápice, o que dava prazer transforma-se numa espécie de fobia. Esta é a história de uma professora, investigadora, mestre em Ciências Musicais, com curso de Musicoterapia, especializada em Educação Especial que deixou de acreditar na escola, pelo menos naquela onde tentava leccionar. Desenvolveu uma enorme aversão, teve acompanhamento psiquiátrico e agora está afastada da actividade devido a um cancro. Margarida Azevedo adora(va) a sua profissão e sente-se «frustrada» por não poder exercê-la condignamente. «Um dia, simplesmente deixei de ir trabalhar. Fui falar com um psiquiatra, disse-lhe que me recusava a aparecer naquela escola sentia com fobia e o mais provável era abandonar o ensino. Porque, não estudei a vida toda, nem me dediquei a vida toda a estas coisas para chegar a este ponto». Sente-se o peso da decisão: «Passado um mês e meio tentei voltar, mas voltei para casa... Ao telefone, com o psiquiatra, um querido amigo, chorava, porque não conseguia lá estar». A medicação para a depressão foi a solução imediata, mas que não podia antever o que ainda estava para acontecer. «Em 2006/07, leccionava em nove turmas diferentes, cerca de duzentos alunos, para além de ser directora de turma e dar aulas de substituição. Nesse ano passei para a Educação Especial - já que precisavam de professor de apoio educativo e eu tinha experiência desde 1997 - mas ainda foi pior dada a incompetência e práticas na escola», conta. Um ano depois, leccionando Educação Musical a crianças do 5º e 6º ano, mantinha oito turmas, mais três com áreas de projecto, em 4 níveis diferentes. Depois de ter trabalhado vários anos em Educação Especial, não conseguiu destacamento por erro da aplicação informática da DREC («que infelizmente não detectei tendo acreditado que não poderia ser destacada já que o meu grupo é Ed. Musical») e acabou por ser colocada na Escola EB 2/3 de Vila Nova de Poiares. Para quem vivia em Coimbra, era uma tormenta percorrer aqueles quase 90km de curvas (ida e volta), para depois encontrar um pesadelo. «Sou forte e profissional, mas por causa da forma como me trataram, transformei-me numa pessoa frustrada. Com os alunos senti-me sempre bem, o resto é que não funcionava, pois havia muita gente sem competência», recordou, contando que chegou a ter de «tentar corrigir e evitar colaborar em erros gravíssimos». Em duas horas, tudo mudou Sem o enquadramento necessário na escola, a sentir-se recuperada Margarida candidatou-se a uma bolsa da Gulbenkian, a um projecto de investigação: dois meses para estudar e contribuir para a implementação da Educação Especial em Timor, com a colaboração do governo local. Às 16h do dia 16 de Maio, a vida parecia tomar novo rumo, pois a bolsa tinha sido aprovada. Projectos feitos, ideias de Doutoramento, hipóteses de realização na sua área profissional, «podendo efectivamente ajudar pessoas, crianças». Duas horas depois, porém, uma visita à sua médica para conhecer os resultados de uma biópsia, ditariam um outro destino: cancro na mama. Volvidos oitos dias já estava a fazer uma mastectomia e os objectivos passavam a ser a reconstituição total e, no limite, a sobrevivência. Não há certezas científicas, mas «o stress é apontado como uma das origens possíveis do cancro». Margarida tenta esquecer o passado enquanto vai recuperando. Pediu destacamento por doença para Coimbra, que não lhe foi concedido, e entretanto cumpre baixa médica. «No próximo ano, há concursos. Concorrerei para a Educação Especial», assegura. Hoje em dia tenta encontrar a força na luta dos outros, ajudando colegas, denunciando outros casos e deixando o alerta: «Não de deixem matar nem desgastar em limites preocupantes. O defeito não está em nós, mas no sistema». A chama mantém-se viva num dos blogues de educação mais activos a nível nacional, A Sinistra Ministra.
Esta é uma das reportagens «Professores que sofrem» do PortugalDiário. Para ter acesso a esta e outras histórias: http://diario.iol.pt/sociedade/professores-reportagem-sofrimento-cancro-educacao/996191-4071.html Num ápice, o que dava prazer transforma-se numa espécie de fobia. Esta é a história de uma professora, investigadora, mestre em Ciências Musicais, com curso de Musicoterapia, especializada em Educação Especial que deixou de acreditar na escola, pelo menos naquela onde tentava leccionar. Desenvolveu uma enorme aversão, teve acompanhamento psiquiátrico e agora está afastada da actividade devido a um cancro. Margarida Azevedo adora(va) a sua profissão e sente-se «frustrada» por não poder exercê-la condignamente. «Um dia, simplesmente deixei de ir trabalhar. Fui falar com um psiquiatra, disse-lhe que me recusava a aparecer naquela escola sentia com fobia e o mais provável era abandonar o ensino. Porque, não estudei a vida toda, nem me dediquei a vida toda a estas coisas para chegar a este ponto». Sente-se o peso da decisão: «Passado um mês e meio tentei voltar, mas voltei para casa... Ao telefone, com o psiquiatra, um querido amigo, chorava, porque não conseguia lá estar». A medicação para a depressão foi a solução imediata, mas que não podia antever o que ainda estava para acontecer. «Em 2006/07, leccionava em nove turmas diferentes, cerca de duzentos alunos, para além de ser directora de turma e dar aulas de substituição. Nesse ano passei para a Educação Especial - já que precisavam de professor de apoio educativo e eu tinha experiência desde 1997 - mas ainda foi pior dada a incompetência e práticas na escola», conta. Um ano depois, leccionando Educação Musical a crianças do 5º e 6º ano, mantinha oito turmas, mais três com áreas de projecto, em 4 níveis diferentes. Depois de ter trabalhado vários anos em Educação Especial, não conseguiu destacamento por erro da aplicação informática da DREC («que infelizmente não detectei tendo acreditado que não poderia ser destacada já que o meu grupo é Ed. Musical») e acabou por ser colocada na Escola EB 2/3 de Vila Nova de Poiares. Para quem vivia em Coimbra, era uma tormenta percorrer aqueles quase 90km de curvas (ida e volta), para depois encontrar um pesadelo. «Sou forte e profissional, mas por causa da forma como me trataram, transformei-me numa pessoa frustrada. Com os alunos senti-me sempre bem, o resto é que não funcionava, pois havia muita gente sem competência», recordou, contando que chegou a ter de «tentar corrigir e evitar colaborar em erros gravíssimos». Em duas horas, tudo mudou Sem o enquadramento necessário na escola, a sentir-se recuperada Margarida candidatou-se a uma bolsa da Gulbenkian, a um projecto de investigação: dois meses para estudar e contribuir para a implementação da Educação Especial em Timor, com a colaboração do governo local. Às 16h do dia 16 de Maio, a vida parecia tomar novo rumo, pois a bolsa tinha sido aprovada. Projectos feitos, ideias de Doutoramento, hipóteses de realização na sua área profissional, «podendo efectivamente ajudar pessoas, crianças». Duas horas depois, porém, uma visita à sua médica para conhecer os resultados de uma biópsia, ditariam um outro destino: cancro na mama. Volvidos oitos dias já estava a fazer uma mastectomia e os objectivos passavam a ser a reconstituição total e, no limite, a sobrevivência. Não há certezas científicas, mas «o stress é apontado como uma das origens possíveis do cancro». Margarida tenta esquecer o passado enquanto vai recuperando. Pediu destacamento por doença para Coimbra, que não lhe foi concedido, e entretanto cumpre baixa médica. «No próximo ano, há concursos. Concorrerei para a Educação Especial», assegura. Hoje em dia tenta encontrar a força na luta dos outros, ajudando colegas, denunciando outros casos e deixando o alerta: «Não de deixem matar nem desgastar em limites preocupantes. O defeito não está em nós, mas no sistema». A chama mantém-se viva num dos blogues de educação mais activos a nível nacional, A Sinistra Ministra.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Falta de apoios a alunos NEE - dramático
O título é bem realista. Há muitas situações verdadeiramente dramáticas e vergonhosas de alunos com necessidades educativas especiais. Mais grave ainda se torna quando se trata de crianças ou jovens com deficiências mais acentuadas. Não posso imaginar como se sentem os pais... Mas também não posso calar! Não são casos isolados e não são desconhecidos das DRE, da DGRHE nem do Ministério da Educação. "Decretou-se" que a escola inclusiva consiste em "mandar" todos os alunos para a escola e já está... Esqueceram-se que eles têm direito à sua formação, adaptada, muitas vezes, mas real. Não temos o direito de nos demitir dessa obrigação, não podemos "despejá-los" na escola assegurando-nos apenas que alguém "tome conta" deles (e às vezes nem esta condição está assegurada). Dois relatos, corajosamente denunciados pelos familiares. Mas há tantos outros e tão graves! Em A Educação do Meu Umbigo, de Paulo Guinote: http://educar.wordpress.com/2008/10/02/a-situacao-das-nee-certamente-mais-um-caso-isolado/#comments No blog ProfAvaliação de Ramiro Marques: http://www.profblog.org/2008/10/criana-deficiente-passa-grande-parte-do.html Se lerem os comentários deixados nesses blogs, nos referidos posts, encontram muitos outros (casos isolados)
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