quarta-feira, 30 de abril de 2008
Viva a burocracia!
Gostava tanto que houvesse menos burocracia e mais acção.
Envia-se um papel para ali, depois tem que se telefonar para acolá, mas afinal "isso não é comigo", tente mais além...
(Faz-me lembrar os Gato Fedorento "Ah e tal não!)
Se certas entidades fossem responsabilizadas pelos erros que cometem, teriam o cuidado de os evitar ao máximo. Mas como os interessados em ver as coisas resolvidas é que têm que se mexer, está tudo bem para eles.
Mesmo depois de reconhecerem o erro, são "os outros" que têm que gastar tempo, dinheiro e paciência.
O melhor é estarmos atentos e preparados para defender os nossos direitos. É preciso paciência, informação e persistência.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Não tenho jeito nenhum para ser professora
Ensino Show
Para acabar com as imagens chocantes de alunos a serem torturados nas salas de aulas, está a surgir uma nova geração de professores artistas com métodos de ensino do século XXI em que as aulas passam a ser shows e os alunos turmas de fãs.
http://cavalheirosdoapocalipse.blogs.sapo.pt/22266.html
terça-feira, 22 de abril de 2008
A quarta maravilha
Despedida
Assim se despediu uma professora dos seus alunos na última aula. Não é uma despedida como as outras, embora comece a ser uma despedida frequente... Depois de toda uma vida de dedicação, desistiu de continuar a ser professora... Há tanto professor a pedir a reforma antecipada, mesmo perdendo imenso dinheiro com isso. Há tanto professor a desistir ainda no início da carreira (pré-carreira será mais correcto, por serem contratados). Outros a meio da carreira. Já me esquecia desta novidade, há professores não titulares a poucos anos da reforma que vão para as regiões autónomas exercer a profissão (porque lá não há titulares). Há muitos que só não desistem porque não há alternativa (uma licenciatura em ensino e dar aulas não fazem currículo para mais nada) Sobram os outros (muitos, felizmente) que ainda se aguentam, que se recusam a deixar degradar (ainda mais) o ensino. Honestamente, não sei ainda onde me enquadro, o futuro o dirá... Mas o melhor é ler, porque foi uma despedida bonita e profunda. http://terrear.blogspot.com/2008/04/meus-queridos-alunos.html
Farsa e injustiça
"Aos meus alunos, aos pais dos meus alunos, aos professores e a todos os concidadãos"
(Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores)
http://gestavea-caminhando.blogspot.com/2008/04/aos-meus-alunos-aos-pais-dos-meus.html
As injustiças são mais do que muitas e nalguns casos gritantes. Cliquem no link e verifiquem como se valorizam os bons professores.
Num comentário ao texto do link há um professor titular que diz haver na sua escola dois professores, do mesmo grupo, provavelmente melhores do que ele mas que não são titulares "porque dedicaram-se a outras tarefas que não foram premiadas"
O Primeiro Ministro tem repetido várias vezes que não há pior avaliação do que não haver avaliação nenhuma. Por acaso isso irrita-me um bocado. E que tal uma avaliação aleatória dos meus alunos: tirava um papelinho à sorte de dentro de um saco, onde os havia numerados de 1 a 5 ou 1 a 20, consoante os casos. Não seria isto pior do que não avaliar?
Quanto à famosa avaliação deste ano, aquela avaliação que eles dizem não existir, contempla muito mais do que os quatro parâmetros que serão objecto de avaliação durante este ano. Mas para eles, este ano far-se-á avaliação.
"Guerra da Matemática" em Lisboa
Retirado do educare:
http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=49E562C5741D1E4EE04400144F16FAAE&opsel=2&channelid=0
Esteve em Lisboa, a convite da Sociedade Portuguesa de Matemática, o Professor Hung-Hsi Wu da Universidade de Berkeley. Trata-se de um crítico da "Guerra da Matemática" (Math Wars), polémica despoletada em 1989, nos Estados Unidos, com a publicação de "Normas para o Currículo e Avaliação da Matemática Escolar" (Curriculum and Evaluation Standards for School Mathematics). Neste documento, membros do Conselho Nacional dos Professores de Matemática (NCTM, no acrónimo em inglês) defendiam um novo conceito de ensino. Pretendia-se remeter para segundo plano a memorização e as abordagens algorítmicas em prole do uso da calculadora, incentivando a compreensão, a "criatividade" e uma maior participação dos alunos na sala de aula.
E assim se abriram as hostilidades entre os defensores desta nova corrente e os defensores de um ensino mais "tradicional", assente na apresentação estruturada, coerente e progressiva dos conceitos matemáticos e na aprendizagem dos algoritmos clássicos de cálculo, fruto de séculos de aperfeiçoamento. O conflito escalou ao ponto de o presidente George Bush intervir e criar, em 2006, um painel - o National Mathematics Advisory Panel - encarregue de estudar os diferentes aspectos desta contenda e apresentar soluções e recomendações. O Professor Wu foi convidado a integrar esta equipa.
O relatório final deste painel, que veio a público já em 2008, apresenta várias conclusões interessantes. Por exemplo, defende que a mecanização e a compreensão são duas faces de uma mesma moeda e não devem ser vistas em oposição, como frequentemente acontece. Outra conclusão interessante é a de que o uso de calculadoras não é útil no ensino de Matemática, apesar de tal não estar demonstrado que o prejudique. Na realidade, o painel afirma que são necessários mais estudos sobre este assunto.
O Professor Wu deu duas palestras durante a sua estadia: "Será que as elevadas taxas de insucesso em Matemática são uma fatalidade?", no Instituto Superior de Economia e Gestão, e "Como ensinar aos professores de Matemática a matemática de que precisam?", na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. A formação de professores é, aliás, uma das suas grandes preocupações. Wu defende que os professores devem receber uma formação científica mais sólida. Por muitas qualidades pedagógicas que se possua, não é possível ensinar aquilo que não se domina: é o conteúdo que deve condicionar a prática pedagógica e não o inverso. A este propósito, aconselhamos vivamente a leitura do excelente artigo "Fractions, decimals and rational numbers". Wu explica que grande parte dos alunos (e professores) vê o conjunto dos números racionais como fatias de uma pizza. Ora isto só seria útil para o ensino da Matemática se soubéssemos multiplicar e dividir fatias de pizza umas pelas outras. Por vezes, o uso de objectos da vida real para ilustrar conceitos matemáticos abstractos é abusivo e contraproducente: Wu propõe uma abordagem mais abstracta dos números racionais, matematicamente mais correcta e, por incrível que pareça, bem mais simples!
Este e outros artigos de grande interesse estão disponíveis gratuitamente na sua página, em http://math.berkeley.edu/~wu/.
Filipe Oliveira, SPM
Gosto daquela parte das fatias de pizza. Acho que exemplos desse género são muito úteis no início da abordagem dos números fraccionários. Mas há o perigo de esquecer uma abordagem científica séria (com a profundidade possível de acordo com o ano de escolaridade, claro está). É curioso que, caso não se saiba abandonar os exemplos práticos e fazer uma abordagem mais aprofundada, aquilo que deveria motivar e simplificar, acaba por complicar.
Concordo com a interdisciplinaridade, a utilização de exemplos reais na abordagem da matemática, a recuperação de questões interessantes da história da matemática, a realização de jogos, a referência a curiosidades da matemática...
Por outro lado, discordo totalmente de tratar as crianças e jovens como uns meninos muito frágeis que podem ficar traumatizadinhos se lhes exigir que saibam a tabuada, ou o algoritmo da divisão. Há algumas coisas que não podem ser compreendidas por alunos tão novos, mas é necessário que as saibam. A adição pode ser ilustrada, partindo depois para a utilização do algoritmo, mas ilustrar o algoritmo da multiplicação ou da divisão no 1º ciclo não é razoável (eu compreendo-os mas não explicaria a esses alunos a base teórica). Isto não significa que só devam aprender a dividir quando tiverem capacidade para perceber o algoritmo, pois não?
É importante motivar e procurar estratégias que ajudem a aprender matemática, mas não se pode com isso deixar de ensinar matemática.
domingo, 13 de abril de 2008
Solidariedade
Um pequeno gesto para expressar a minha solidariedade aos colegas Visiense e esposa.
Não posso dimensionar a dor da perda de um filho.
Força colegas.
Se algo houver que eu possa fazer, não hesitem em pedir.
Um abraço solidário.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Uma imagem vale por mil palavras...
O caso do telemóvel foi punido com a transferência de dois alunos para outra escola. Mas há casos muito mais graves que simplesmente não são punidos. Porquê? Algumas vezes são camuflados (por causa de estatísticas ou má imagem das escolas...), outras vezes (muitas) não chegam a ser denunciados (Medo? Vergonha? Resignação?) e outras ainda desresponsabilizam-se os alunos. "Ouvi" (na verdade li) muitos professores a perguntar: Qual é o espanto? Acreditam mesmo que isto é um caso isolado e que não há situações bem piores nas escolas?
Neste caso, não foi possível usar desculpas fáceis (ainda se tentou...), porque as imagens (e o som) não deixam dúvidas. Dois alunos foram exemplarmente punidos e fica tudo bem! Devo acrescentar que a transferência de escola é o castigo máximo previsto no Novo Estatuto do Aluno (que não está ainda em vigor em muitas escolas). Curiosamente é um castigo que não poderá ser aplicado em todas as escolas, por mais graves que possam ser os acontecimentos. Tem que ser assegurada a possibilidade do(a) aluno(a) a transferir poder continuar os estudos, para isso é necessário, por exemplo, que haja transporte escolar assegurado. Eu não conheço muitas escolas, mas conheço várias onde tal não é possível, sobretudo para alunos que frequentem o secundário (10º ao 12º).
Não quero com isto minimizar o que aconteceu naquela escola e naquela aula em particular. Apenas não me surpreendeu muito e acho que outras situações que não passam na televisão devem ser tratadas com a mesma seriedade.
terça-feira, 1 de abril de 2008
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