domingo, 6 de setembro de 2009

O risco da independência

Estou a ler o livro O Caminho Menos Percorrido, de M. Scott Peck. Acabo de ler os capítulos O risco da perda e O risco da independência. Considero um desperdício ler este livro como quem lê um romance. É denso e demasiado rico. Não se assimila a informação com uma leitura "em diagonal". Creio que por mais que o leia, mesmo com atenção, terei sempre algo mais a aprender...

Decidi ir anotanto algumas frases ou ideias que que parecem fundamentais, ou que me dão uma nova perspectiva ou simplesmente me chamam mais à atenção. Só fazia isto, tirar notas enquanto escrevo, quando a leitura era de estudo ou de trabalho. Pois bem, neste caso pode-se dizer que é uma leitura de trabalho interior ;)

No capítulo que acabo de ler são referidas algumas histórias de grandes mudanças na vida de algumas pessoas, realizadas por decisão das mesmas. Todas elas têm várias coisas em comum. Foram mudanças de risco no sentido de se dar um salto para o "desconhecido", sem a garantia da aceitação de pessoas muito queridas e que de alguma forma estavam envolvidas. Não quero com isto dizer que sejam atitudes egoístas ou irresponsáveis. Trata-se da coragem de decidir por aquilo que, depois de bem ponderado, se considera claramente ser o melhor. Nem sempre o melhor é o mais fácil nem o que os outros (sejam eles quem forem...) esperam. É importante considerar e aceitar as opiniões de quem nos rodeia e em particular daqueles que nos são mais queridos e até de ter em atenção as consequências que as nossas decisões terão sobre eles. No entanto, esse cuidado não deve de forma alguma sufocar o eu, o individualismo e a independência de cada um.

"A coragem não é a ausência do medo; é a tomada de acção apesar do medo, a iniciativa contra a resistência gerada pelo medo do desconhecido e do futuro" (M. Scott Peck, em "O Caminho Menos Percorrido")

Por mais que quem me rodeia me queira bem, sou eu quem tem a responsabilidade de tomar as minhas decisões e de construir a minha vida. O que é muito bom para uma pessoa pode não o ser para outra. Entre duas realidades boas devo escolher aquela que me parece mais cómoda e mais segura para mim e para os outros, ou a que me realiza mais e que mais benefício traz para os outros, mesmo que mais difícil?



Foto da Pimpolha, a minha gatinha. Esta foi uma das várias estratégias utilizadas para ela não "fugir" (perder-se ou ficar debaixo de um carro...) num dia em que era fácil isso acontecer.
Hoje teve direito a uma foto no blog, talvez por me ter "ajudado" a escrever o texto. Na verdade, passou algumas vezes por cima do teclado :)

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