terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Hino à classe docente (João Vasconcelos)

HINO À CLASSE DOCENTE: «VAMOS À LUTA AMIGOS, VAMOS!» I Vamos à luta amigos, vamos, Não podemos ignorar! Ó Ministra aqui estamos Contra ti, vamos lutar! II Um novo Estatuto queremos, E uma nova avaliação! Este governo não tememos, Pois despreza a Educação! III Sempre avante, classe docente, Vós sabeis que temos razão! Somos uma força valente, E fazemos parte da Nação! IV Todos somos Professores, Neste imenso Portugal! Também somos Educadores, Não nos façam tanto mal! V Queremos ser avaliados, De forma justa e pedagógica! Estamos tão arreliados, Esta avaliação não tem lógica! VI Em Março fomos 100 mil, Não nos quiseram ouvir! Em Novembro 120 mil, Marchámos a cantar e a rir! VII Força, força, minha gente, Não podemos abrandar! Temos o poder duma torrente, E não queremos simplificar! VIII O Simplex é mistificação, Para os incautos enganar! Só nos querem ter à mão, Para assim nos tramar! IX Este governo não é de confiança, Para a Ministra basta olhar! Todos nós, temos esperança, Jamais podemos parar! X No dia 3 de Dezembro, Iremos ficar na História! Como no 8 de Novembro, A caminho da Vitória! XI Faremos greve a 100 por cento, Em todas as escolas do país! Em sentido, classe docente, Não nos vergam a cerviz! XII Avaliação – Suspender, É a palavra de ordem! Todos temos de defender, Para terminar a desordem! XIII Esta equipa ministerial, Já não tem condições! Vem com um ar doutoral, Pregar os seus sermões! XIV Julgam que nos vêm enganar, E provocar o nosso desânimo! Continuemos a lutar, E redobremos mas é de ânimo! XV Vamos à luta, amigos, vamos, Não podemos ignorar! Ó Ministra, aqui estamos, Contra ti, vamos lutar! João Vasconcelos Nota: passar este “Hino à Classe Docente” a todos os contactos e blogues.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Parabéns CERCIAV

Aveiro: CERCIAV assinala 33.º aniversário com casa nova Hoje, a CERCIAV - Cooperativa para a Educação e Reabilitação dos Cidadãos Inadaptados de Aveiro vive um dia de festa, com os mais de 300 utentes a celebrar o 33.º aniversário da instituição. Há 33 anos que existe em Aveiro uma estrutura inteiramente dedicada à educação e formação de cidadãos portadores de deficiência. Um longo caminho de lutas e vitórias, em nome da promoção destas pessoas. “Actualmente seguimos uma filosofia de actuação muito em prol da promoção do ser pessoa. Temos que olhar para os nossos formandos e trabalhadores ocupacionais com a dignidade que merecem, tal qual um cidadão, com os mesmos direitos e deveres”, comentou Fernando Vieira, há 12 anos à frente da direcção da CERCIAV - Cooperativa para a Educação e Reabilitação dos Cidadãos Inadaptados de Aveiro, embora esteja ligado à instituição desde o seu surgimento. Ao celebrar 25 anos de vida, esta instituição “sofreu” uma alteração profunda na forma de acompanhar os seus alunos, que passaram a frequentar a escola no regime normal. “Foram para a escola, como qualquer criança, para aprender, descobrir, fazer amizades, no fundo, crescerem como pessoas”, diz Fernando Vieira, defendendo que este “é o melhor caminho a seguir, se quisermos uma escola e uma sociedade inclusiva, onde a diferença se esbata”. Estas crianças e jovens frequentam a escola pública e contam com o apoio de técnicos da CERCIAV que se deslocam aos estabelecimentos de ensino para prestar apoio ao nível da psicologia, terapia da fala, serviço social e psicomotricidade. A propósito, Fernando Vieira recorda a Declaração de Salamanca, que demanda que todos os governos “atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais” Após os 15 anos de idade, os alunos que tiverem mais capacidades entram na formação profissional adaptada, no Centro de Reabilitação Profissional na Gafanha da Nazaré. Quanto às pessoas com deficiência mental profunda e multideficiência, integram o Centro de Actividades Ocupacionais (também na Gafanha da Nazaré), onde é promovida a autonomia básica. E é neste ponto que Fernando Valente destaca a “maior vitória conseguida ao longo dos 33 anos de vida da instituição: “a promoção da cidadania de pessoas com deficiência grave e profunda”. Foi junto desta população tão especial, que este responsável acredita que se deu um “passo de gigante”, criticando a tendência que há de se infantilizar estas pessoas. “Passámos a valorizar os seus sonhos e as suas potencialidades, por pequeninas que sejam, e o resultado está à vista: dos 98 trabalhadores ocupacionais que temos, 30 estão lá fora a fazer diferentes tarefas, integrados no meio normal de trabalho e a concretizar a sua verdadeira cidadania”. A propósito, deu um exemplo. “Um dia, uma utente disse que tinha um sonho: ser enfermeira. A reacção normal seria desvalorizar, até porque seria impossível de concretizar. Mas, perguntámos-lhe o que era, para ela, ser enfermeira, ao que respondeu: é ter uma bata branca, estar num sítio com doentes e ajudar. Há vários anos que está a ‘trabalhar’ no Centro de Saúde de Oliveira de Frades e sente-se uma verdadeira enfermeira”, relata. Quanto ao futuro, há dois sonhos por realizar. Uma Unidade Residencial, “até porque todos nós queremos, um dia, sair de casa e tornarmo-nos autónomos”, e um terceiro Centro de Actividades Ocupacionais. Um projecto que Fernando Vieira classifica de urgente, sob pena de “dentro de anos não termos capacidade de resposta para quem nos procura”. Novo Centro de Recursos para a Inclusão A festa que hoje junta utentes, técnicos e funcionários, vai ficar marcada pela entrega de medalhas a quem tem 30 anos de casa e um galardão àqueles que ali estão há 25. Uma forma de dar alguma solenidade ao momento, também de promover o espírito familiar que a direcção se esforça por fomentar. Na segunda-feira será inaugurada a nova sede da CERCIAV, em São Bernardo. Um espaço que substitui a antiga sede ao lado do Hospital de Aveiro e que vai funcionar também como Centro de Recursos para a Inclusão. Depois de vários anos de espera e de locais que não vingaram, a CERCI passa a dispor de um espaço aberto a todos os professores que procurem informação específica. Livros, ludoteca, computadores com programas educativos podem agora ser consultados neste Centro, que também pode vir a promover acções de formação. Sandra Simões (Diário de Aveiro 14 de Novembro 2008)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mais uma etapa...

Já há algum tempo que não actualizava o blog. Fiz uma "pausa" para evitar que o excesso de preocupações relacionadas com o ensino continuassem a reduzir, de forma tão significativa, a minha dedicação a outras coisas importantes. Mas é claro que me mantive informada... Embora me tenha custado, optei por não ir à manifestação do dia 8, pois tive de entregar a dissertação de mestrado ontem. Bem sei que podia ter organizado o trabalho de forma a poder dispensar um dia. Mas a verdade é que não consigo digerir todas estas mudanças e isso tem prejudicado imenso o meu trabalho, tal já tinha acontecido noutras fases difíceis (Fevereiro/Março). O motivo que me levou a inscrever-me no mestrado foi UNICAMENTE a possibilidade de encontrar alternativas profissionais ao ensino. Felizmente valeu bem a pena frequentar o mestrado, gostei do tema do meu trabalho e tive (tenho) dois orientadores muito bons. Não estou colocada porque considero um erro continuar a insistir em apostar (apenas) na carreira de professor (pena é que esta decisão tenha vindo depois de tanto investimento...). Foi uma decisão reflectida e assumida, mas não foi tomada de ânimo leve e ainda não é "pacífica" para mim, pois não me enganei quando decidi ser professora... Apesar de pensar seriamente em abandonar a profissão, com muita pena e até saudade, tenho conhecimento do que está a acontecer. Como a educação é algo muito importante, não pretendo de forma alguma "retirar-me" de cena. Curiosamente, a palavra "colega" tornou-se especial nos últimos tempos. Obrigada COLEGAS! Dia 15 lá estarei.

domingo, 19 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Manifestações graduais?

Discute-se no blog A Educação do Meu Umbigo, O Umbigo, como deve ser pensada a luta dos professores. http://educar.wordpress.com/2008/10/09/15-de-novembro/ Tudo a Lisboa no dia 15 de Setembro? Luta de forma mais gradual? Manifestações descentralizadas, esclarecimentos (informação do que realmente se passa) aos pais, divulgações através de diversos meios, concentração de esforços... Gosto da ideia! A desorientação e o desânimo são grandes, mas não podemos deitar tudo a perder. É preciso pensar no que deve ser feito, como o concretizar, ponderar primeiro os prós e os contra. Penso que uma manifestação geral neste momento traria poucos benefícios e poderia enfraquecer-nos (desânimo por uma eventual participação diminuta e sentimento de derrota) É preciso informar, divulgar, resistir, minar, levantar a cabeça e avançar com determinação e em conjunto. Enquanto nos preparamos para uma batalha mais forte, vamos desmascarando a falsidade do quadro que tem sido pintado pelo ME (e não só) em torno da Educação.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Uma história como tantas/poucas outras

Se considerar apenas a questão das dificuldades e dos sofrimentos, é uma história como muitas outras, mas a força, a coragem e a dedicação tornam-na singular. Não posso ignorar, não posso voltar costas... Posso optar por "abandonar" a profissão e escolher outro rumo profissional, já o fiz, mas não deixo de ser professora (mesmo que não dê aulas) e não posso fingir que não vi o que estava a acontecer. Os nossos alunos merecem muito mais e os professores podem e querem dar mais e melhor. Para a colega, um abraço solidário e um agradecimento por ser sinal de esperança! Paula Martins
 
Esta é uma das reportagens «Professores que sofrem» do PortugalDiário. Para ter acesso a esta e outras histórias: http://diario.iol.pt/sociedade/professores-reportagem-sofrimento-cancro-educacao/996191-4071.html Num ápice, o que dava prazer transforma-se numa espécie de fobia. Esta é a história de uma professora, investigadora, mestre em Ciências Musicais, com curso de Musicoterapia, especializada em Educação Especial que deixou de acreditar na escola, pelo menos naquela onde tentava leccionar. Desenvolveu uma enorme aversão, teve acompanhamento psiquiátrico e agora está afastada da actividade devido a um cancro. Margarida Azevedo adora(va) a sua profissão e sente-se «frustrada» por não poder exercê-la condignamente. «Um dia, simplesmente deixei de ir trabalhar. Fui falar com um psiquiatra, disse-lhe que me recusava a aparecer naquela escola sentia com fobia e o mais provável era abandonar o ensino. Porque, não estudei a vida toda, nem me dediquei a vida toda a estas coisas para chegar a este ponto». Sente-se o peso da decisão: «Passado um mês e meio tentei voltar, mas voltei para casa... Ao telefone, com o psiquiatra, um querido amigo, chorava, porque não conseguia lá estar». A medicação para a depressão foi a solução imediata, mas que não podia antever o que ainda estava para acontecer. «Em 2006/07, leccionava em nove turmas diferentes, cerca de duzentos alunos, para além de ser directora de turma e dar aulas de substituição. Nesse ano passei para a Educação Especial - já que precisavam de professor de apoio educativo e eu tinha experiência desde 1997 - mas ainda foi pior dada a incompetência e práticas na escola», conta. Um ano depois, leccionando Educação Musical a crianças do 5º e 6º ano, mantinha oito turmas, mais três com áreas de projecto, em 4 níveis diferentes. Depois de ter trabalhado vários anos em Educação Especial, não conseguiu destacamento por erro da aplicação informática da DREC («que infelizmente não detectei tendo acreditado que não poderia ser destacada já que o meu grupo é Ed. Musical») e acabou por ser colocada na Escola EB 2/3 de Vila Nova de Poiares. Para quem vivia em Coimbra, era uma tormenta percorrer aqueles quase 90km de curvas (ida e volta), para depois encontrar um pesadelo. «Sou forte e profissional, mas por causa da forma como me trataram, transformei-me numa pessoa frustrada. Com os alunos senti-me sempre bem, o resto é que não funcionava, pois havia muita gente sem competência», recordou, contando que chegou a ter de «tentar corrigir e evitar colaborar em erros gravíssimos». Em duas horas, tudo mudou Sem o enquadramento necessário na escola, a sentir-se recuperada Margarida candidatou-se a uma bolsa da Gulbenkian, a um projecto de investigação: dois meses para estudar e contribuir para a implementação da Educação Especial em Timor, com a colaboração do governo local. Às 16h do dia 16 de Maio, a vida parecia tomar novo rumo, pois a bolsa tinha sido aprovada. Projectos feitos, ideias de Doutoramento, hipóteses de realização na sua área profissional, «podendo efectivamente ajudar pessoas, crianças». Duas horas depois, porém, uma visita à sua médica para conhecer os resultados de uma biópsia, ditariam um outro destino: cancro na mama. Volvidos oitos dias já estava a fazer uma mastectomia e os objectivos passavam a ser a reconstituição total e, no limite, a sobrevivência. Não há certezas científicas, mas «o stress é apontado como uma das origens possíveis do cancro». Margarida tenta esquecer o passado enquanto vai recuperando. Pediu destacamento por doença para Coimbra, que não lhe foi concedido, e entretanto cumpre baixa médica. «No próximo ano, há concursos. Concorrerei para a Educação Especial», assegura. Hoje em dia tenta encontrar a força na luta dos outros, ajudando colegas, denunciando outros casos e deixando o alerta: «Não de deixem matar nem desgastar em limites preocupantes. O defeito não está em nós, mas no sistema». A chama mantém-se viva num dos blogues de educação mais activos a nível nacional, A Sinistra Ministra.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Falta de apoios a alunos NEE - dramático

O título é bem realista. Há muitas situações verdadeiramente dramáticas e vergonhosas de alunos com necessidades educativas especiais. Mais grave ainda se torna quando se trata de crianças ou jovens com deficiências mais acentuadas. Não posso imaginar como se sentem os pais... Mas também não posso calar! Não são casos isolados e não são desconhecidos das DRE, da DGRHE nem do Ministério da Educação. "Decretou-se" que a escola inclusiva consiste em "mandar" todos os alunos para a escola e já está... Esqueceram-se que eles têm direito à sua formação, adaptada, muitas vezes, mas real. Não temos o direito de nos demitir dessa obrigação, não podemos "despejá-los" na escola assegurando-nos apenas que alguém "tome conta" deles (e às vezes nem esta condição está assegurada). Dois relatos, corajosamente denunciados pelos familiares. Mas há tantos outros e tão graves! Em A Educação do Meu Umbigo, de Paulo Guinote: http://educar.wordpress.com/2008/10/02/a-situacao-das-nee-certamente-mais-um-caso-isolado/#comments No blog ProfAvaliação de Ramiro Marques: http://www.profblog.org/2008/10/criana-deficiente-passa-grande-parte-do.html Se lerem os comentários deixados nesses blogs, nos referidos posts, encontram muitos outros (casos isolados)

sábado, 13 de setembro de 2008

Pais de alunos surdos reclamam apoio

Os pais das crianças que frequentavam a Unidade de Apoio à Educação de Alunos Surdos de Santarém (UAEAS) lamentam a forma como este serviço foi encerrado e reclamam a manutenção da linguagem gestual na formação dos seus filhos. Sílvia Fonseca, representante dos pais dos alunos da UAEAS, que funcionava há quatro anos na escola básica de primeiro ciclo de S. Domingos, disse à agência Lusa que foi com surpresa que soube, em Julho, que as sete crianças que frequentavam a unidade teriam de passar para a escola de referência de Riachos (Torres Novas), o que obrigaria algumas das crianças a deslocações de 160 quilómetros por dia. Informados, na sequência de uma pergunta da deputada Luísa Mesquita à ministra da Educação, de que não era obrigatória a frequência das escolas de referência, os pais decidiram manter os filhos na escola de S. Domingos, mas Sílvia Fonseca não se conforma com o "apoio mínimo" de que vão dispor. A escola tem duas salas equipadas para o trabalho com as crianças surdas e, nos últimos quatro anos, contou com o apoio especializado de duas professoras de educação especial, uma formadora de língua gestual e uma terapeuta da fala. A partir de segunda-feira, as cinco crianças que ainda frequentam o primeiro ciclo (duas transitaram para o segundo ciclo) vão ficar distribuídas em diferentes turmas e contarão com uma professora de apoio que correrá as várias salas. (...) Sílvia Fonseca lamenta que tenha sido invocada, como justificação para o não funcionamento de uma escola de referência em Santarém, a resposta dada pelos pais a um questionário que lhes foi enviado num dia à noite para entregar na manhã seguinte em que lhes era perguntado qual a primeira língua que pretendiam para os filhos, língua portuguesa ou língua gestual. "Ninguém nos deu nenhuma informação sobre as implicações dessa opção, mas mesmo assim anexámos uma carta em que, apesar de indicarmos a língua portuguesa como primeira língua, sublinhávamos a importância da continuação da formação em linguagem gestual", disse. "Foi uma rasteira que nos pregaram", considerou. Contudo, disse, os pais mantêm a esperança de que não se perca o trabalho realizado nos últimos anos, que considerou fundamental para o sucesso escolar que estas crianças têm demonstrado. http://www.omirante.pt/index.asp?idEdicao=51&id=24230&idSeccao=479&Action=noticia